França fala de "ato criminoso" e pede investigação sobre alegado envenenamento de Navalny
O Governo francês fala de "profunda preocupação com este ato criminoso" contra figura política da oposição na Rússia.
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França condenou esta terça-feira o presumível envenenamento do opositor russo Alexei Navalny como um "ato criminoso" e pediu à Rússia uma investigação "rápida e transparente", segundo um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros francês.
"A França manifesta profunda preocupação com este ato criminoso perpetrado contra um importante ator da vida política russa", lê-se no texto.
"É indispensável que as autoridades russas diligenciem para um inquérito rápido e transparente que permita estabelecer as circunstâncias em que este ato foi cometido", acrescenta o texto.
Paris frisa que "os responsáveis por este ato devem ser identificados e apresentados à justiça" e reitera a disposição das autoridades francesas para prestar "apoio nestas circunstâncias difíceis" ao opositor e à sua família.
Os exames realizados a Alexei Navalny no hospital universitário Charité, em Berlim, para onde foi transferido da cidade russa de Omsk, apresentam "indícios de envenenamento", tendo sido detetados "inibidores da colinesterase", segundo um comunicado divulgado na segunda-feira pelo hospital.
O opositor "está numa unidade de cuidados intensivos e ainda está em coma induzido", sendo o seu estado de saúde considerado grave, embora a sua vida não esteja, de momento, em risco, acrescentou o hospital.
Principal opositor do Presidente russo Vladimir Putin, conhecido pelas investigações anticorrupção a membros da elite russa, Alexei Navalny, 44 anos, foi admitido neste hospital na Alemanha no sábado passado após ter sido transferido da Sibéria.
O político sentiu-se mal na quinta-feira durante um voo de regresso a Moscovo, o que a sua família e equipa suspeitam ter sido causado por um "envenenamento intencional".