Nos últimos dias houve, em França, uma hospitalização a cada trinta segundos.
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O primeiro-ministro Jean Castex anunciou esta quinta-feira, aos franceses, a manutenção do confinamento em vigor desde 30 de Outubro por mais 15 dias devido à pandemia de Covid-19, na expectativa de que as lojas possam voltar a abrir antes do Natal.
42.960 franceses morreram do novo coronavírus desde o início da pandemia, 418 deles esta quinta-feira. Na semana passada, contabilizam-se entre 400 e 500 o número de vítimas mortais diárias de Covid-19 em França, o que significa que "uma em cada quatro mortes é causada pelo vírus", anunciou o primeiro-ministro francês.
Jean Castex anunciou ainda que "nos últimos dias, há uma hospitalização a cada trinta segundos e uma entrada em cuidados intensivos a cada três minutos", e que contrariamente ao expectável, "40% das pessoas internadas em reanimação têm menos de 65 anos".
Desde o passado dia 30 de Outubro, as trajetórias entre casa e trabalho são « 22% mais baixas do que em Setembro ». Jean Castex recorda que o objetivo deste reconfinamento, diferente do de março passado, é de "limitar ao máximo todos os trajetos não essenciais" enquanto "se preserva a educação dos nossos filhos e tanto quanto possível o impacto deste confinamento no trabalho e na economia".
No que diz respeito à economia, os últimos dados do Banco de França demonstram que a " atividade económica pode cair até 12% em novembro, o que é um grande choque, mas ainda assim três vezes menor do que o da primavera passada".
Apesar de nos últimos dias ter havido uma ligeira baixa do número de casos em França, Jean Castex considera que "seria irresponsável levantar este novo confinamento", pelo que as medidas tomadas são mantidas para os próximos quinze dias.
Se a partir da próxima semana a tendência de descida do número de casos não se confirmar e o número de doentes em reanimação aumentar, "teremos de tomar medidas suplementares", anunciou Castex. No entanto, caso a tendência de melhoria da situação se confirmar " primeiras medidas podem ser levantadas a partir do dia 1 de dezembro".
O primeiro-ministro anunciou que "o nosso objetivo é de permitir o levantamento de medidas durante férias de Natal para que os franceses possam passar as férias de final de ano com a família" mesmo que estas "não possam acontecer como é habitual". O Primeiro Ministro garantiu ainda que "é claro que poderemos reencontrar as nossas famílias, mas não seria razoável esperar grandes festas com várias dezenas de pessoas, especialmente na véspera de Natal e a 31 de dezembro ".
O Ministro da Saúde, Olivier Véran, confirmou que "assistimos há uma semana a uma redução do número de novos casos diagnosticados em relação às semanas anteriores". No entanto "existe uma distância temporal entre o momento da contaminação e o momento em que os pacientes apresentam sintomas graves" pelo que "não estamos numa fase de redução do número de internamentos em cuidados intensivos".
O sistema de saúde francês está à beira de um colapso. Olivier Véran descreveu que"há mais doentes a dar entrada nos cuidados intensivos do que a sair, pelo que ainda não chegámos ao pico da epidemia".
Por sua vez, o Ministro da Educação Jean-Michel Blanquer, considera que "a presença de 100% dos alunos nas escolas continua uma prioridade", no entanto "como não é possível garantir as condições sanitárias exigidas com todos os alunos presentes" pretende-se que "pelo menos 50% do tempo escolar do aluno seja passado na escola até o final do ano".
Elisabeth Borne, Ministra do Trabalho, reiterou a necessidade de aplicar o teletrabalho quando este é possível e afirmou que "há oportunidades de trabalho apesar do contexto", que se traduz na "criação de 340 000 empregos no terceiro trimestre de 2020".
Esta quinta-feira, 4 803 doentes Covid-19 estão internados em reanimação. O número de pessoas hospitalizadas por Covid-19 em França ultrapassa hoje o pico registado a 14 de abril, durante o primeiro confinamento.