
Carlos Vidigal Jr./Global Imagens
Os comércios fora do estádio vão fechar a partir das 15h30, medida que revela um sentimento de insegurança entre os trabalhadores
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Apesar dos distúrbios registados na semana passada em Amesterdão, a França mantém o encontro desta noite da Liga das Nações. Desde esta manhã, o dispositivo de segurança foi reforçado em Paris e vai ser activado esta noite de quinta-feira no Stade de France, para o jogo entre França e Israel. A operação mobiliza quatro mil polícias no interior e arredores do estádio, além de 1600 agentes de segurança.
O acesso ao Stade France para assistir ao encontro desta noite entre as selecções de França e Israel, vai ser controlado de forma rigorosa. Os adeptos vão passar por dois postos de controlo, onde vão apresentar identificação e ser revistados de forma minuciosa.
Apesar das medidas de segurança apresentadas - e dos quatro mil polícias e 1600 agentes de segurança mobilizados para esta noite - apenas um quarto dos bilhetes foram vendidos, 20 dos 80 mil lugares vão estar ocupados.
O encontro mantém-se porque a França não quer ceder a ameaças: “Considerei que manter o encontro era simbólico porque era dizer que a França não recua, porque isso equivaleria a desistir perante as ameaças de violência e antissemitismo”, afirmou o ministro do Interior, Bruno Retailleau. 
O treinador da seleção francesa, Didier Deschamps, reconhece o clima de tensão que envolve o encontro. "Fizemos questão de preparar este jogo da forma mais natural possível, mas é claro que ninguém na equipa está insensível ao contexto, que é pesado", lembrou o seleccionador.
Os comércios fora do estádio vão fechar a partir das 15h30, medida que reforça um sentimento de insegurança entre os comerciantes.
As imagens de ataques a adeptos israelitas em Amesterdão continuam nas memórias: um comerciante exprime a sua preocupação: "Estou com medo do que pode acontecer, vou fechar mais cedo… por volta das 14h00 ou 15h00."
Outros, no entanto, contestam a necessidade de fechar os comércios, como é o caso deste comerciante que não vai fechar o seu restaurante. "Não percebo por que motivo devo fechar o meu restaurante. Para mim, é um dia como outro qualquer. Se abrimos, é porque precisamos de ganhar dinheiro", contou.
Entre os moradores, as opiniões também estão divididas. Enquanto uns acreditam que as medidas vão ser eficazes, outros temem que o sistema de controle não seja suficiente: "Será que estas medidas de segurança são suficientes? Será que pessoas com más intenções não vão entrar no Stade de France? Isto preocupa-nos, é normal", lamentou.
Ao ambiente tenso que envolve este encontro, acrescenta-se uma manifestação para esta estar em frente à Câmara Municipal de Saint-Denis, em protesto à realização do jogo, que começa às 20h45, e vai contar com a presença de importantes figuras políticas além do Presidente Emmanuel Macron, o primeiro-ministro Michel Barnier, os antigos presidentes Nicolas Sarkozy e François Hollande, além de Valérie Pécresse, Presidente da região parisiense.
