Francisco Assis acusa justiça brasileira de discriminar Lula e proteger Bolsonaro
Eurodeputado aponta o juiz Sérgio Moro como "um operador político contra o Partido dos Trabalhadores".
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O eurodeputado Francisco Assis vai denunciar, junto da Comissão Europeia, o que considera ser uma campanha em curso no Brasil contra o Partido dos Trabalhadores (PT).
Em declarações à TSF na noite desta quarta-feira, Francisco Assis revoltou-se contra a situação conhecida durante esta tarde, de que Lula da Silva não vai poder votar nas eleições presidenciais do Brasil porque, alega a justiça brasileira, é tecnicamente impossível instalar uma urna de voto no local onde o ex-candidato está detido.
Perante este cenário, o eurodeputado socialista acusa a justiça do Brasil de ter um "tratamento discriminatório" para com Lula, isto porque o ex-presidente do Brasil "não está impedido de votar".
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Francisco Assis vai, esta quinta-feira, levar a questão à Comissão Europeia (CE) para que a mesma possa "acompanhar" este caso, apesar de não ser possível a este órgão interferir nas questões internas do Brasil.
O deputado reforça que esta é uma situação a que a CE deve estar atenta, uma vez que representa "uma gravíssima entorse à vida democrática normal de um Estado que se presumia, até há pouco tempo, que fosse um Estado de direito".
Candidatura "racista" de Jair Bolsonaro a ser beneficiada pela Justiça
O eurodeputado acredita que uma parte da Justiça do Brasil está a agir de forma a prejudicar o candidato indicado pelo PT, Fernando Haddad, acabando por beneficiar Jair Bolsonaro, candidato da extrema-direita.
Um dos protagonistas da Justiça brasileira que Francisco Assis aponta é o juiz Sérgio Moro, que a poucos dias da primeira volta das eleições, tornou público o depoimento de um antigo ministro de Lula, algo que o eurodeputado classifica de "absolutamente anormal".
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"Tem como objetivo claro influenciar os resultados eleitorais", atira Francisco Assis, revelando que a partir desse momento, deixou de considerar que Sérgio Moro tem um comportamento "isento e independente", acusando o juiz de estar "dominado por uma obsessão anti-PT, que lhe retira total clarividência, sentido de isenção e independência".
Este comportamento do juiz Sérgio Moro leva a que o eurodeputado considere que o brasileiro está "objetivamente ao serviço da candidatura de extrema-direita", deixando mesmo palavras duras na hora de caracterizar a mesma: "racista, que representa o pior que pode haver do ponto de vista político e moral".
As últimas sondagens apontam para um empate técnico entre Jair Bolsonaro e Fernando Haddad numa possível segunda volta, necessária se nenhum deles conseguir uma maioria já na primeira volta que se realiza este domingo.