Fugiu com medo. O marinheiro que não quis dar a volta ao mundo com Fernão de Magalhães
O medo fez com que abandonasse a nau Vitória. Desertou para Timor e foi encontrado por portugueses que o fizeram contar a história.
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Até agora, os historiadores tinham apenas um documento para interpretar aquilo que aconteceu na atribulada viagem de circum-navegação ao globo, a grande viagem marítima começada por Fernão de Magalhães e terminada por Juan Sebastián Elcano.
Três investigadores espanhóis descobriram agora um outro documento. Trata-se de um depoimento recolhido por portugueses e guardado na Torre do Tombo. É o depoimento de Martín interrogado por portugueses na Malásia.
Martín de Ayamonte era ajudante de marinheiro na nau Vitória, a única que completou a primeira volta ao mundo. Martín tremia de medo com a ideia de encontrar o fim do mundo, o local onde as naus caíram numa grande cascata. Martín desertou e fugiu para Timor com um soldado amigo.
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O único relato da viagem de circum-navegação que existia é de Antonio Pigafetta. Chama-se: La Relación del primer viaje alrededor del mundo. É escrita por um homem que se definia como tendo lido «muchos libros» e que queria "ir a ver cosas que le pudieran satisfacer".
Antonio Pigafetta nasceu em Vicenza, Itália. Foi marinheiro, geógrafo e escritor. Pagou uma quantia considerável de dinheiro do próprio bolso para poder viajar com Fernão de Magalhães.
Partiu com o português ao redor do mundo no verão de 1519. Chegou quase 3 anos depois a San Lúcar de Barrameda, perto de Huelva. Da frota e das 247 pessoas que partiram, apenas chegaram 18 pessoas: ele e o camandante Elcano estavam entre os 18 sobreviventes da nau Vitória.
De Martín, o jovem ajudante de marinheiro, não se sabe qual o destino. Apenas as palavras do depoimento. As referências que tem aos locais de nascimento dos capitães da frota, a forma como os nativos faziam armadilhas para combater os marinheiros e a forma decisiva como Elcano escolheu o rumo final da primeira grande viagem global.