Negócio vai permitir sinergias de 3,7 mil milhões de euros.
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A fusão do grupo automóvel italo-norte-americano Fiat Chrysler (FCA) e do fabricante francês PSA, Peugeot-Citroen, anunciada esta quarta-feira, vai originar o quarto maior fabricante de automóveis e permitir sinergias de 3,7 mil milhões de euros. Numa declaração conjunta, as empresas informaram os mercados que o novo grupo será liderado pelo CEO da PSA, Carlos Tavares, cabendo o cargo de 'chairman' ao presidente da Fiat Chrysler, John Elkann.
As empresas consideram que fusão vai posicionar a nova empresa para "aproveitar com sucesso as oportunidades apresentadas na nova era da mobilidade sustentável".
Num comunicado conjunto hoje divulgado antes da abertura das bolsas, as duas entidades anunciam também que o português Carlos Tavares, até agora CEO (Chief Executive Officer, presidente executivo) da PSA, será o CEO da nova empresa e que o até agora presidente da Fiat Chrysler, John Elkann, assumirá o cargo de 'chairman' (presidente do Conselho de Administração).
A Fiat Chrysler e a PSA Peugeot referem que os seus Conselhos de Administração assinaram um acordo vinculativo para fundir os dois fabricantes de automóveis, com participações de 50% de cada uma das companhias, e que não serão encerradas quaisquer fábricas já existentes.
Segundo o comunicado, a nova empresa, com mais de 400.000 trabalhadores, será a terceira do setor por receitas e gerará vendas de 8,7 milhões de veículos (9,5% do total global) das marcas Fiat, Alfa Romeo, Chrysler, Citroen, Dodge, DS, Jeep, Lancia, Maserati, Opel, Peugeot e Vauxhall.
O comunicado refere ainda que as receitas da nova empresa deverão ascender a 170.000 milhões de euros por ano e um resultado operacional de cerca de 11.000 milhões de euros.
Com a fusão haverá movimentos nas participações dos três acionistas de referência da PSA, que são o Estado francês (através do BPIFrance), a família Peugeot e o chinês Dongfeng.
Os três têm atualmente uma participação equivalente, mas Dongfeng cederá 30,7 milhões de títulos da PSA e na nova entidade ficará com uma participação de 4,5%. O BPIFrance e a família Peugeot terão participações de 6% cada uma.
A PSA já tinha sondado a Fiat no princípio do ano, mas o grupo italiano -- controlado pela família Agnelli e presidido por John Elkann -- recusou a proposta para tentar a sorte com a Renault, uma iniciativa que se frustrou devido à falta de apoio do Governo francês e da Nissan.
A Peugeot foi criada em 1896 por Armand, que separou a atividade automóvel da empresa industrial Peugeot Frères, fundada em 1810.
A Fiat foi lançada em 1899 por diversos acionistas, incluindo Giovanni Agnelli, sendo atualmente a Exor, a 'holding' da família Agnelli-Elkann, acionista maioritária da Fiat Chrysler Automobiles (FCA).