Os confrontos entre cristãos e muçulmanos no Egipto, que já fizeram dez mortos e 186 feridos, levaram o gabinete de crise a reunir de emergência este domingo de manhã.
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O primeiro-ministro egípcio, Essam Charaf, adiou uma visita programada para os Emirados Árabes Unidos para presidir a este encontro.
Os confrontos terão começado por causa de uma mulher cristã, que manifestou vontade em converter-se ao Islão.
Testemunhas contaram à agência Reuters que um grupo de 500 muçulmanos salafistas, o movimento islâmico mais radical, dirigiu-se a uma igreja cristã copta para exigir a libertação dessa mulher que alegadamente estava detida nessa igreja do Cairo.
O grupo de muçulmanos juntou-se à porta do edifício e foi aí que começou uma troca acesa de palavras entre os guardas da igreja e os muçulmanos. A discussão subiu de tom com os diferentes lados a atirarem pedras, trocarem tiros e, depois, cocktails Molotov.
Os confrontos só terminaram com a chegada dos militares que disparam para o ar e lançaram gás lacrimogéneo para separar os dois grupos.
Os coptas ou cristãos do Egipto representam entre seis e dez por cento da população do país, estimada em mais de 80 milhões de pessoas.
Há cerca de um mês que se agravou a tensão entre as duas comunidades com as polémicas sobre alegadas conversões de cristãos ao Islão que terão sido sequestrados e detidos em igrejas.