Com 39 deputados no Knesset, o parlamento israelita, o partido de direita Likhud, do PM Benjamin Netanyahu é o favorito a vencer as eleições. Mas o partido Azul e Branco, de centro e com 35 deputados atualmente, formação do antigo chefe de estado maior Benny Gantz, ameaça claramente a supremacia do Likhud.
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Netanyahu tem feito uma campanha a tentar demarcar-se do resto dos políticos do país, veste o fato de estadista que se relaciona, como nenhum antes dele, com os líderes dos Estados Unidos e da Rússia, como com as lideranças do Brasil e da China. Faz também gala em afirmar-se como aquele que denuncia o Irão e protege Israel.
No confronto partidário, não se cansa de rotular Gantz como inexperiente... o Likhud faz uma campanha em que diz que o país está a caminho de ser uma superpotência, a economia está maus forte do que nunca, o desemprego nunca foi tão baixo. O partido aposta sobretudo no voto nas periferias das principais cidades do país.
Bibi Netanyahu quer construir uma coligação de direita para governar, para isso precisa de 61 deputados. As sondagens dão o Likhud empatado com o partido azul e branco mas o homem que governa o país há dez anos confia que os israelitas lhe poisam dar mais um mandato para cumprir a grande promessa de campanha, a anexação dos territórios palestinianos da Cisjordânia.
Benny Gantz é um dos líderes do partido Azul e Branco, com 35 deputados no parlamento cessante e intenções de voto entre os 29 e os 32 por cento, aliás tal como o Likhud, de acordo com o Jerusalem Post. Prometeu que não há mais retirada unilateral de terra aos colonos e que qualquer evacuação de colonatos, caso vença, requer um referendo. Mas nunca foi claro a dizer se apoia ou não a solução de dois estados... defende uma Jerusalém unida e não retira os israelitas que vivem na faixa de Gaza. Mais, promete ser mais duro que o atual governo com o Hamas que governa precisamente a faixa de Gaza.
Defende um governo de unidade nacional com os trabalhistas e com o Likhud desde que o partido que lidera a atual maioria substitua o líder, isto é, Netanyahu. As últimas semanas não lhe correram bem: teve uma campanha marcada por gafes, desde dizer que o público é estúpido até esquecer-se do nome de um soldado assassinado.
Estas são eleições em que a lista conjunta árabe, liderada por Ayman Odeh e que reúne os árabes israelitas, pode ter um papel decisivo na formação de uma maioria, nomeadamente para tentar derrotar Netanyahu. O apelo ao voto neste que pode ser o terceiro partido, Joint Arab List, foi feito nas ultimas horas por mais de oitenta académicos, professores judeus israelitas que pagaram um anúncio no jornal Haaretz, que diz que o partido é "casa para todos aqueles que acreditam na plena igualdade civil e nacional para árabes e judeus". Primeiro passo para "acabar com a ocupação", garantindo "democracia, paz e justiça social".
Nas eleições de Abril, 49% dos árabes israelitas foram votar; hoje as estimativas apontam para uma participação deste franja importante da população do país, na ordem dos 56%. A abstenção global em Abril foi de 68,5%,, recorde que pode ser batido hoje. Perto de três milhões e quatrocentos mil eleitores têm a palavra. Há 29 partidos a concorrer e as urnas fecham às dez da noite. O autarca Ron Huldai diz que há descontos em piscinas, cerveja e parques recreativos em Telavive para quem for votar. O Procurador-Geral já veio dizer que tal pode ser considerado suborno.