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Como a simpatia pela ex-presidente Dilma Rousseff quase gerou um despedimento num restaurante de Belo Horizonte.
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No mês passado, Dilma Rousseff foi a um restaurante de Belo Horizonte, a sua cidade natal e de onde concorrerá a um cargo no Senado nas eleições de outubro.
O facto não seria notícia por aí além, a não ser para alguma coluna de celebridades pelo facto de uma ex-presidente do Brasil estar a almoçar num local público. No entanto, deu pano político para mangas.
Apesar da sua dieta rigorosa, Dilma não resistiu a pedir uma sobremesa, já que estava num dos seus restaurantes favoritos, chamado precisamente de A Favorita.
Quando chegou a sobremesa, que envolvia morango, kiwi e sorvete de chocolate, a ex-presidente emocionou-se. E não foi só pelo aspeto delicioso do doce.
Com a ajuda do chocolate, um funcionário escreveu no prato o seguinte: "Sempre a Nossa Presidenta", assim com "a" no fim, como ela preferia.
Dilma, carente de afetos desde que foi derrubada pelo impeachment, partilhou o gesto nas suas redes sociais.
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Terminaria tudo por aqui não estivesse o Brasil em clima de ebulição política desde há anos.
Clientes de A Favorita revoltaram-se e até o dono do estabelecimento, o uruguaio Fernando Motta, teve de vir a público dizer que a atitude do funcionário não refletia a posição do restaurante e ameaçá-lo com despedimento por justa causa.
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Menos mal, após a tempestade num prato de sobremesa gerada pela publicação de Dilma, dias depois Motta disse que perdoava o funcionário.
O restaurante passará, no entanto, a ser indigesto para a direita brasileira.
O correspondente da TSF no Brasil, João Almeida Moreira, assina todas as quintas-feiras no site da TSF a crónica Acontece no Brasil.