Deviam ter sido duas horas de trégua, mas o cessar-fogo não chegou a durar uma hora. A Cruz Vermelha queria uma suspensão das ações militares em Gaza durante três horas, mas nem o apelo humanitário foi suficiente.
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O chefe dos serviços de saúde de Chajaya fala numa catástrofe humanitária se os corpos não forem retirados e os feridos socorridos.
O alerta desesperado não serviu para respeitar a trégua humanitária pedida pela Cruz Vermelha.
Quinze ambulâncias ainda entraram no bairro mais atingido no leste de Gaza, mas a trégua não chegou a durar uma hora.
Israel acusa o Hamas de ter começado a disparar e, por isso, o exército respondeu. Mesmo assim, a pausa nos combates permitiu fazer um novo balanço dos ataques desta manhâ: 50 palestinianos mortos, entre eles mais de 30 mulheres e crianças, o que faz subir para 410 o número de vítimas desde o inicio do conflito.
A agência France Press descreve um "inferno" em Chajaya, com relatos de pessoas que conseguiram fugir aos ataques israelitas.
Ainda pediram ajuda, mas as ambulâncias não conseguiam chegar ao bairro, devido à intensidade dos ataques.
Sem água nem luz, centenas de palestinianos fugiram, descalços e de pijama, deixando um rasto de corpos queimados e desmembrados.
Depois de fazerem alguns quilómetros a pé, chegaram a uma cidade vizinha, com as roupas rasgadas, coladas ao corpo e manchadas de sangue.
Uma mulher, citada pela France Press, diz que é um dos piores dias dos habitantes de Chajaya - um "terror absoluto".