Um porta-voz do primeiro-ministro britânico disse que as medidas de verificação das autoridades espanholas na fronteira com Gibraltar «têm motivações políticas e são desproporcionadas».
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A tensão entre os dois países agravou-se depois do governo de Madrid ter ordenado às autoridades de fronteira o reforço do controlo alfandegário, algo que tem provocado longas filas de automóveis.
As medidas de Espanha foram adotadas depois de o governo do território ultramarino britânico de Gibraltar ter colocado 70 blocos de cimento no mar, para novos aterros, que dificultam a faina aos pescadores da baía de Algeciras.
Londres afirma, pela primeira vez desde o início da crise, que as verificações fronteiriças «têm motivações políticas» e que estuda a possibilidade de ações legais contra Madrid.
«Estamos a considerar a possibilidade de ações legais», disse o porta-voz de Downing Street (residência oficial do primeiro-ministro britânico), acrescentado que as mesmas têm de ser estudadas com "cuidado".
A via jurídica é mencionada depois de, no fim de semana, o governo espanhol ter mantido as verificações de fronteira aos veículos que entram ou abandonam Gibraltar e que, segundo a BBC, provocaram filas de duas horas.
«O primeiro-ministro sente-se claramente dececionado porque Espanha não retirou os controlos de fronteira adicionais este fim de semana», disse o mesmo porta-voz.
Downing Street não detalhou o tipo de ações legais mas vincou que as medidas apesar de terem «motivações política», não especificadas, são «totalmente desproporcionadas» e ilegais de acordo com a legislação britânica.
Mesmo assim, Londres tenciona envolver as instituições europeias em caso de querela jurídica e faz saber que «não mudou de políticas em relação a Gibraltar» mantendo-se «consistente» com as políticas em relação a territórios do ultramar.
Um navio de guerra britânico zarpa na terça-feira de Portsmouth, no sudeste de Inglaterra, em direção ao "Rochedo" no âmbito de manobras navais de «rotina», segundo o governo britânico.