"Gorbachev morreu numa altura em que a democracia falhou na Rússia", lamenta Scholz
O chanceler alemão destaca, no entanto, o papel do ex-líder da União Soviética na reunificação da Europa.
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O chanceler alemão salientou, esta quarta-feira, o papel de Mikhail Gorbachev na reunificação da Alemanha. Olaf Scholz lamentou, no entanto, que a sua tentativa de estabelecer uma democracia duradoura na Rússia tivesse "falhado".
"Os movimentos democráticos na Europa Central e Oriental beneficiaram do facto de, na altura, ele estar no poder, na Rússia", afirmou Scholz, numa publicação na rede social Twitter. Contudo, Gorbachev "morreu numa altura em que a democracia falhou na Rússia", acrescentou.
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O ex-líder da União Soviética Mikhail Gorbachev morreu na terça-feira aos 91 anos, adiantaram as agências de notícias russas Tass, RIA Novosti e Interfax, que citaram o Hospital Clínico Central de Moscovo.
O gabinete de Gorbachev havia dito que o ex-chefe de Estado estava em tratamento naquele hospital.
Segundo as informações iniciais, Mikhail Gorbachev será enterrado no cemitério Novodevichy, em Moscovo, onde se encontram os restos mortais de figuras importantes da história russa, assim como o túmulo da sua esposa, Raísa.
O último presidente da União Soviética vivia longe dos holofotes dos media há anos, devido a problemas de saúde
Como último líder da União Soviética, Mikhail Gorbachev travou uma batalha perdida para salvar um império fragilizado, mas produziu reformas extraordinárias que levaram ao fim da Guerra Fria.
O antigo secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética (PCUS), entre 1985 e 1991, desencadeou uma série de mudança que resultaram no colapso do Estado soviético autoritário, na libertação das nações do Leste Europeu do domínio russo e no fim de décadas de confronto nuclear Leste-Oeste.
Gorbachev ganhou o Prémio Nobel da Paz em 1990 pelo seu papel no fim da Guerra Fria e passou os seus últimos anos a colecionar elogios e honras em todo o mundo, contrariando a visão da Rússia, onde era - e é - desprezado.