A poluição, a pesca excessiva e as alterações climáticas são algumas das piores ameaças para os Oceanos, mas podem ser revertidas caso os países apostem na governação coletiva.
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A Conferência Mundial sobre os Oceanos, que decorre até sexta-feira na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, reúne líderes internacionais, altos funcionários, membros da comunidade científica e organizações não-governamentais (ONG) para dar visibilidade internacional ao objetivo de utilização responsável dos oceanos inscrito na agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável.
Na abertura, o secretário-geral da ONU, António Guterres, apelou hoje às nações para abdicarem dos seus interesses de curto prazo, para combaterem a ameaça da degradação dos oceanos, segundo a agência noticiosa Efe.
"Nós criámos estes problemas", admitiu Guterres, que censurou os governos que não aproveitam ferramentas que têm ao dispor, como a convenção sobre o direito marítimo ou a plataforma ONU Oceanos.
Peter Christian, Presidente dos Estados Federados da Micronésia, chamou a atenção para a utilização do oceano como uma "lixeira" e um "campo de treino de armas" e destacou o esforço coletivo do Acordo de Paris sobre o clima para o "bem-estar" dos mares.
Para o governante, o Acordo de Paris é um exemplo de "inclusão, coletividade, tolerância e habilidade para que cada um possa contribuir de maneira equitativa para a causa".
Neste sentido, Christian dirigiu-se ao Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que a semana passada anunciou a retirada do país do Acordo internacional, para lembrar que o seu slogan "primeiro os americanos (americans first)" e trabalhar e cooperar com os outros países são "noções bastante compatíveis".
"Peço aos Estados Unidos que façam tudo o que puder como pais pelas alterações climáticas e pelos nossos oceanos. Se não for pelos micronésios que seja pelos EUA e pelos norte-americanos", disse.
Também o primeiro-ministro do Sri Lanka, Ranil Wickremesinghe, mostrou o seu apoio à colaboração internacional para a proteção do ambiente.
"Estamos absolutamente conscientes de que o nosso destino não está só nas nossas mãos, por isso, somos favoráveis a todas as ações internacionais para proteger o meio ambiente", referiu.
O Presidente de Bolívia, Evo Morales, falou, no seu discurso, da importância dos oceanos para os países que não têm costa, um "injusto enclausuramento" que está a prejudicar o desenvolvimento económico do seu país, advogando uma melhor gestão dos recursos marítimo que beneficie os países "privados deles".