O Governo vai disponibilizar nove mil milhões de euros para apoiar a companhia aérea.
Corpo do artigo
O Governo da Alemanha e a Lufthansa estão próximos de chegar a um acordo para apoiar o grupo que agrega várias companhias aéreas, por causa da pandemia, que levou a quebras consideráveis nas receitas, anunciou esta quarta-feira a chanceler alemã.
"O Governo está a manter discussões com a empresa e a Comissão Europeia (CE). A decisão é esperada em breve, mas não posso adiantar mais detalhes sobre as discussões que estão a decorrer", disse Angela Merkel, citada pela agência France-Presse, durante uma conferência de imprensa, em Berlim, sobre o acordo que poderá levar a uma nacionalização parcial do grupo.
Em causa está um plano de resgate do grupo europeu que agrega várias transportadoras aéreas de cerca de nove mil milhões de euros.
12215963
Se a nacionalização parcial avançar, o Estado ficará com dois lugares no conselho de supervisão da Lufthansa.
De acordo com o semanário alemão Der Spiegel, o Governo, composto pela coligação CDU/CSU -- do qual faz parte a Merkel - e SPD, pretende nacionalizar 25% da empresa, mas a decisão não foi consensual.
O SPD argumentou que o Estado deverá ter uma voz nas decisões do grupo, enquanto a CDU estava relutante em relação à ideia de haver uma influência muito visível do Governo.
Contudo, o ministro das Finanças, Olaf Scholz (SPD), terá conseguido impor o seu ponto de vista.
A nível global, a pandemia de Covid-19 já provocou mais de 323 mil mortos e infetou quase 4,9 milhões de pessoas em 196 países e territórios.
O "Grande Confinamento" levou o Fundo Monetário Internacional (FMI) a fazer previsões sem precedentes nos seus quase 75 anos: a economia mundial poderá cair 3% em 2020, arrastada por uma contração de 5,9% nos Estados Unidos, de 7,5% na zona euro e de 5,2% no Japão.
Já a CE estima que a economia da zona euro conheça este ano uma contração recorde de 7,7% do PIB, como resultado da pandemia da Covid-19, recuperando apenas parcialmente em 2021, com um crescimento de 6,3%.