A construção de novas estradas e de equipamentos da área social previstos para este ano em Angola está suspensa, devido à crise financeira que o país atravessa com a quebra das receitas petrolíferas, anunciou hoje fonte do Governo. Na reação aesta decisão do governo angolano, a Associação de Empresas de Construção e Obras Públicas defende que os seguros de crédito devem ser reforçados.
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A posição foi transmitida em Luanda pelo ministro da Construção, Waldemar Pires Alexandre, num encontro com empreiteiros nacionais e estrangeiros, para abordar a situação. Segundo o ministro, o Governo definiu como prioritários para o ano em curso projetos financiados por iniciativas privadas.
«As nossas prioridades vão incidir concretamente nos projetos financiados com recursos assegurados», disse o governante, recordando que o Presidente José Eduardo dos Santos, no seu discurso de fim de ano avisou que alguns projetos seriam adiados. O titular da pasta da Construção sublinhou que os projetos de construção de estradas e de construção de equipamentos sociais, que não identificou quais, fazem parte das restrições.
Na reação, a Associação de Empresas de Construção e Obras Públicas defende que os seguros de crédito para Angola devem ser reforçados. Ricardo Gomes, presidente da AECOPS mostra-se preocupado mas diz que não está surpreendido com a decisão angolana. A Associação de Empresas de Construção e Obras Públicas sugere que se reforcem os mecanismos de proteção de seguros de crédito para exportação «porque era muito importante que conseguíssemos manter o fluxo de atividade e exportação» para destinos como Angola.
Em outubro do ano passado, o chefe de Estado angolano anunciou que a quebra nas receitas petrolíferas da exportação do petróleo levaria ao adiamento da meta de construção de 63 mil salas de aulas, inicialmente apontada para três anos.
A visibilidade de empresas e da engenharia portuguesa é patente pelo seu envolvimento em projetos de obras públicas emblemáticas em Luanda, designadamente a recuperação da Fortaleza de São Miguel, concluída pela Soares da Costa, e as obras ainda em curso de construção do novo edifício da Assembleia Nacional, a cargo da Teixeira Duarte, e a requalificação da marginal de Luanda e da ilha do Cabo, do consórcio Mota Engil/Soares da Costa.