Governo brasileiro meteu a mão no "vespeiro" e violência no Ceará não o fará recuar
Todas as noites tem havido ataques no estado brasileiro de Ceará, uma onda de revolta contra o endurecimento das regras nas prisões.
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O secretário da Segurança Pública do Ceará, André Costa, promete não abrandar a resposta à onda de violência que atinge aquele Estado brasileiro há uma semana.
"Depois de avanços na segurança nos últimos anos com redução de homicídios e de roubos, o governo tomou a decisão de avançar na parte penitenciária. E aí é o vespeiro. Sabíamos que haveria uma reação nas ruas. A reação aconteceu, e a gente está reagindo a ela, tanto nas ruas como nas ações no sistema penitenciário. A gente não vai recuar nela, estamos avançando", afirmou André Costa ao jornal Estadão.
O Estado brasileiro do Ceará está desde o início do mês a ser palco de uma guerra declarada às medidas do Governo para as prisões.
Tudo começou no dia 2 de janeiro em Fortaleza, capital do estado do Ceará, depois de o novo secretário de Administração Penitenciária do Ceará, Luís Mauro Albuquerque, ter anunciado que quer endurecer regras nas prisões.
O responsável quer, por exemplo, impor mais controlo à entrada de telemóveis nos estabelecimentos prisionais e acabar com a divisão dos reclusos nas prisões de acordo com o grupo criminoso a que pertencem.
A polícia já deteve 150 pessoas por suspeita de envolvimento em 165 ataques contra prédios públicos, autocarros, agências bancárias e lojas, entre tiroteios, incêndios e ataques bombistas, em pelo menso 35 cidades.
Dois suspeitos foram mortos durante uma troca de tiros com a polícia e várias pessoas ficaram feridas, incluindo um militar atingido a tiro. Em Fortaleza, um casal de idosos e um motorista sofreram queimaduras.
O governo brasileiro autorizou o envio de tropas federais para reforçar a segurança e cerca de 330 homens e 20 viaturas Força Nacional de Segurança Pública reforçaram o policiamento desde sábado, em especial em Fortaleza, que concentra cerca 80% dos ataques
A decisão pariu do novo ministro da Justiça, Sérgio Moro, que também ofereceu 60 "vagas" em prisões federais de segurança máxima para que o estado do Ceará possa enviar os prisioneiros mais perigosos para outros estabelecimentos prisionais.
"Apesar do Governo do Estado do Ceará ser do PT e realizar forte oposição a nós, jamais abandonaríamos o povo cearense neste momento de caos", escreveu no Twitter o novo presidente do Brasil, Jair Bolsonaro.
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O Ceará foi o terceiro Estado brasileiro que mais registou mortes mais violentas em 2017, com uma taxa de 59,1 mortes por cada 100 mil habitantes.