A menos de oito meses da saída e ainda sem acordo com a União Europeia, Governo britânico divulga lista de conselhos.
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O Governo britânico divulgou, esta quinta-feira, uma lista de 68 conselhos para empresas e cidadãos, em caso de saída da União Europeia sem acordo.
O Reino Unido vai aceitar algumas regras da União Europeia (UE) e manter o acesso das empresas de serviços financeiros europeias ao mercado britânico, para manter a estabilidade no caso "improvável" de uma saída sem acordo.
O ministro britânico para o Brexit, Dominic Raab, garantiu à BBC que este é um cenário que todos querem evitar, mas sublinha que o Governo tem o dever de estar preparado para esta "eventualidade improvável".
"O nosso principal objetivo é facilitar a continuidade e o bom desenvolvimento dos negócios, dos transportes, das infraestruturas, da investigação, dos programas de ajuda e dos fluxos financeiros", disse o ministro, num discurso em Londres.
"Em alguns casos, isso significa tomar medidas unilaterais para manter a maior continuidade possível a curto prazo em caso de ausência de acordo e mesmo que a UE não o faça do seu lado", acrescentou.
As empresas de serviços financeiros dos países da UE vão ser autorizadas a continuar a operar no Reino Unido durante até três anos, mas o Governo britânico não garante que o inverso ocorra, segundo as notas.
Os consumidores britânicos devem contudo preparar-se para pagar o crédito mais caro na compra de produtos da UE e os que vivem no estrangeiro podem perder o acesso às suas contas bancárias no Reino Unido, segundo a imprensa britânica, que teve acesso às notas com embargo.
"As pessoas e as empresas não devem ficar alarmadas" com o planeamento do pós-'Brexit', lê-se nos documentos.
O país, disse Raab, está determinado a "gerir os riscos e abraçar as oportunidades" da saída da UE e continua a trabalhar para chegar a um acordo, mas tem a obrigação de preparar uma eventual saída sem acordo. "Não é o que queremos, não é o que esperamos, mas temos de estar preparados", disse.
Ao longo da próxima semana serão divulgados cerca de 80 avisos e medidas, escreve a Reuters.
Um dos eventuais problemas tem a ver com a distribuição de medicamentos no Reino Unido. Já existem, lembrou, acordos com as empresas farmacêuticas para lidar com eventuais atrasos nas fronteiras.
Dominic Raab garante que, se não houver acordo, o Reino Unido será um parceiro responsável e espera a mesma atitude da UE. Já o porta-voz dos trabalhistas para o Brexit considera que um divórcio sem acordo seria catastrófico, um falhanço completo do governo de Theresa May.
A saída do Reino Unido da União Europeia está agendada para dia 29 de março. As negociações são retomadas na próxima terça-feira.
Notícia atualizada às 13h30