O ministro da Presidência, Marques Guedes, afirmou hoje que a expulsão de magistrados judiciais portugueses de Timor-Leste é uma situação "grave e incompreensível" que põe em causa a cooperação judiciária, mas não o relacionamento com o país.
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«O que se passou relativamente à cooperação é uma situação naturalmente grave e que objetivamente põe em causa toda a cooperação nesta área judiciária. Se pode ser estendida a outras áreas, penso que não», afirmou Marques Guedes, em resposta a perguntas dos jornalistas no final da reunião do Conselho de Ministros.
Luís Marques Guedes considerou que o que passou em Timor-Leste é «incompreensível» para o Governo português, mas «não quer isso dizer que o relacionamento entre Portugal e Timor-Leste seja posto em causa», sublinhando que são «relações especiais» como são «especiais todas as relações com países de expressão portuguesa».
Questionado sobre se o primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, já falou com o primeiro-ministro timorense, Marques Guedes disse que «já houve contactos do primeiro-ministro com autoridades timorenses», sem adiantar quais.
O Governo de Timor-Leste ordenou na segunda-feira a expulsão, no prazo de 48 horas, de oito magistrados judiciais, sete portugueses e um cabo-verdiano.
No dia 24 de outubro, o parlamento timorense tinha aprovado uma resolução para suspender os contratos com funcionários judiciais internacionais «invocando motivos de força maior e a necessidade de proteger de forma intransigente o interesse nacional».