A informação foi confirmada pelo primeiro-ministro. O Governo do Egito, suportado pelo Exército, demitiu-se em bloco esta segunda-feira.
Corpo do artigo
«O governo decidiu em face das circunstâncias atuais do país (...) apresentar a sua demissão ao presidente da República Adly Mansour», indica um comunicado oficial divulgado após uma «reunião de emergência» do governo.
Antes da divulgação do comunicado, o primeiro-ministro, Hazem el-Beblawi, nomeado após a destituição do presidente islamita Mohamed Morsi pelos militares no início de julho do ano passado, anunciou a demissão numa conferência de imprensa transmitida pela televisão estatal.
«O governo assumiu durante os últimos seis ou sete meses a sua responsabilidade e o seu dever», sublinhou, adiantando que o executivo «não poupou esforços para que o Egito saísse da má fase em que se encontrava».
O primeiro-ministro demissionário elogiou, na mesma altura, a ação da polícia e do exército, que reprime desde o início de julho os partidários de Morsi.
«Não é o momento para os interesses pessoais, a nação tem que estar acima de tudo», afirmou Beblawi, congratulando-se pela realização em meados de janeiro do referendo constitucional, que aprovou a Lei Fundamental, considerada a primeira etapa da «transição democrática» prometida pelas forças armadas no início de julho.
O marechal Abdel Fattah al-Sisi, homem forte do Exército e provável candidato presidencial nas próximas eleições, fazia parte do governo interino como ministro da Defesa e vice-primeiro-ministro do governo de Beblawi.
As agências internacionas avançam que a demissão do Governo pode estar relacionada com o desejo de Al-Sisi de ser o próximo presidente. Para se candidatar, o marechal deve demitir-se do governo e reformar-se do exército.