Estão mobilizados no local centenas de bombeiros, polícias militares, polícias civis e nove helicópteros do estado. Obalanço de mortos ainda deve aumentar, já que o número de desaparecidos na localidade ainda não foi apurado.
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O governo regional do estado brasileiro do Rio de Janeiro confirmou que a chuva que devastou a cidade de Petrópolis na noite de terça-feira já causou pelo menos 105 mortes e estão desaparecidas 134 pessoas.
As equipas de salvamento continuam a trabalhar sem parar. Entre a noite de segunda-feira e a tarde de terça-feira houve pelo menos 189 deslizamentos de terras e 45 desabamentos de muros e árvores. A rede Globo tem estado a acompanhar a situação em permanência e registou os depoimentos de algumas pessoas que se viram envolvidas na tragédia.
"Comecei a ouvir uma mulher aqui dentro do carro: 'ajuda-me, não me deixes morrer'. Comecei a dar socos no vidro de trás e ele partiu-se", contou um homem.
O Centro Nacional de Monitorização de Alerta já alertou para a alta possibilidade de haver novos desabamentos. O solo está saturado e isso pode levar a novas derrocadas mesmo que não chova.
Ao todo, 540 bombeiros, 210 polícias militares, 200 polícias civis e nove helicópteros do estado estão mobilizados no local.
O Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro montou um hospital de campanha e há ainda 190 equipamentos, entre maquinaria e veículos, para desobstrução de vias e retomada da rotina em Petrópolis.
O balanço de mortos, porém, ainda deve aumentar já que o número de desaparecidos na localidade de 300 mil habitantes ainda não foi apurado pelo Corpo de Bombeiros.
Segundo a agência meteorológica MetSul, Petrópolis recebeu mais chuva em poucas horas na noite de terça-feira do que a média de um mês inteiro de fevereiro.
A chuva que assolou a cidade montanhosa foi a pior registada desde 1932, quando começou a medição na cidade pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
De acordo com a Secretaria de Estado de Defesa Civil, há 372 desalojados. Até o momento, foram resgatadas 24 vítimas com vida.
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, que acompanhou os trabalhos das equipas de resgate nos locais onde ocorreram desabamentos e cheias causados pela enxurrada em Petrópolis, disse aos 'media' que a situação na área é "quase que de guerra".
Castro esteve no Morro da Oficina, onde os desabamentos causaram várias vítimas. A prefeitura de câmara de Petrópolis decretou "estado de calamidade" e luto de três dias.
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram carros a ser arrastados pela correnteza e grandes deslizamentos em razão da chuva que devastou o local em poucas horas.
Esta não é a primeira vez que a região montanhosa do Rio de Janeiro é atingida por fortes tempestades. Em 2011 ocorreu a maior tragédia meteorológica alguma vez registada no Brasil, quando as tempestades provocaram mais de 900 mortos e uma centena de desaparecidos em Petrópolis e cidades vizinhas.
Notícia atualizada às 17h32