A Câmara dos Representantes e o Senado dos EUA encerraram as suas sessões sem que republicanos e democratas alcançassem um acordo orçamental.
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Alguns dos serviços do Governo federal dos EUA deixaram esta sexta-feira de ter financiamento e enfrentam uma paralisação parcial devido à falta de entendimento entre a Câmara dos Representantes, Senado e o Presidente norte-americano, Donald Trump.
Esta é a terceira paralisação parcial em 2018, mas desta feita Trump garante que está disposto a manter o 'braço-de-ferro' para garantir fundos para construir um muro na fronteira com o México, uma das suas mais mediáticas promessas eleitorais.
A design of our Steel Slat Barrier which is totally effective while at the same time beautiful! pic.twitter.com/sGltXh0cu9
- Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 21 de dezembro de 2018
A Câmara dos Representantes e o Senado dos EUA encerraram as suas sessões sem que republicanos e democratas alcançassem um acordo orçamental.
Na quinta-feira, o Congresso parecia ter encontrado um consenso para financiar o Governo, sem incluir fundos para o muro, mas tudo mudou quando Trump assegurou que não assinaria a lei sem que fosse assegurada essa verba, no valor de 5,7 mil milhões de dólares (cinco mil milhões de euros).
Na ausência de acordo, ambas as câmaras do Congresso norte-americano deram por concluídos os trabalhos na noite de sexta-feira e voltaram a convocar os congressistas para uma nova sessão agendada para hoje ao meio-dia (17:00 em Lisboa), já em plena paralisação.
O Presidente dos Estados Unidos olha para estas negociações como a sua última oportunidade para obter fundos para a construção do muro na fronteira no sul do país, uma vez que em janeiro os democratas passam a controlar a Câmara dos Representantes (como resultado do último ato eleitoral de novembro).
Donald Trump considera esta obra essencial para assegurar a proteção da fronteira com o México, contra imigrantes ilegais e o tráfico de droga.
O Presidente norte-americano também chegou a avançar com a possibilidade de se usar o dinheiro remanescente do acordo comercial com o México para construir o muro, mas, entretanto, recuou para a sua posição inicial, defendendo que deve ser o Congresso a garantir a verba.
Democratas acusam Trump de "birra", Presidente dos EUA culpa-os pela paralisação
Os líderes democratas responsabilizaram esta sexta-feira o Presidente dos Estados Unidos pela paralisação parcial do Governo federal, acusando-o de assumir uma "birra", poucas horas de pois de Donald Trump os ter culpado pela ausência de acordo orçamental.
O líder democrata no Senado, Chuck Schumer, e a líder democrata da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, afirmaram que Trump "conseguiu o que queria", depois de ameaçar por diversas vezes com uma paralisação.
Vários serviços da administração norte-americana fecharam à meia-noite (05:00 em Lisboa) depois de um impasse entre Trump e o Congresso (que integra a Câmara dos Representantes e o Senado) sobre o financiamento para a construção de um muro na fronteira com o México.
Os democratas alegaram que o muro é "ineficaz e caro" e sublinharam que Trump "convenceu os republicanos a empurrar a nação para uma destrutiva paralisação no meio da temporada de festas".
Pelosi e Schumer avançaram que, se o impasse não for resolvido, os democratas vão aprovar uma lei que permita a reabertura dos serviços governamentais assim que assumam a maioria da Câmara dos Representantes em janeiro.
Trump, por sua vez, culpou os democratas por este desfecho e apelou a negociações para alcançar um consenso, dizendo esperar que a paralisação não se prolongue por muito tempo.
"Nós vamos ter uma paralisação, não há nada que possamos fazer sobre isso porque precisamos que os democratas nos deem os seus votos", argumentou Trump num vídeo que partilhou na rede social Twitter logo após o Congresso ter concluídos os trabalhos face à ausência de acordo.
OUR GREAT COUNTRY MUST HAVE BORDER SECURITY! pic.twitter.com/ZGcYygMf3a
- Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 22 de dezembro de 2018
No vídeo, Trump associou afirmações sobre tráfico de drogas e gangues a imagens das recentes caravanas de migrantes oriundas da América Central e insistiu que os Estados Unidos precisam de "segurança de fronteira", razão pela qual pediu aos democratas que se sentassem para negociar para que "com sorte [a paralisação] não durasse muito".
"Democratas, temos uma lista maravilhosa de coisas que precisamos para manter nosso país seguro (...). Vamos trabalhar juntos, vamos ser bipartidários e vamos fazer isso", apelou.