Três pessoas morreram esta tarde nos confrontos com a polícia no Cairo, contudo o governo do Egipto garante que a instabilidade que se vive no país não põe em causa as eleições.
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O maior foco de violência está a ser registado junto ao edifício do ministério do interior, já rodeado de veículos blindados, onde os manifestantes pedem que o chamado conselho do exército abandone o governo provisório e entregue o poder a civis.
O exército insiste em vir a público dizer que não tem interesse em manter o controlo politico do Egipto e garante que se vão realizar eleições para o parlamento a partir de 28 de Novembro, um processo faseado em três fases de acordo com as regiões do país, mas o comandante das forças egípcias ressalva que não se caminha em qualquer direcção com instabilidade.
Os resultados eleitorais só vão ser conhecidos em Janeiro, ainda de acordo com o calendário militar, só depois da eleição do parlamento se podem realizar as presidenciais mas nunca antes do final de 2012 ou início de 2013.
Entretanto, o exército avançou com uma proposta de princípios que consagra protecção aos militares da supervisão civil, na futura constituição do país, o que terá exaltado os ânimos.
Muitos populares querem saber afinal que poderes vai ter o futuro parlamento, temem que possa vir a ter poderes limitados e o exército o poder de escolha consagrados na lei fundamental do país.
Várias vozes de analistas da universidade do Cairo também têm levantado dúvidas nas rádios e televisões por considerarem não ser claro a forma como vai funcionar a futura assembleia. Se terá dois terços de assentos para listas partidárias e um terço para lugares individuais, receiam que a escolha do povo recaia sobre personalidades e não sobre ideologias.
Por isso, reclamam um novo processo político transparente, nove meses após a queda do regime de Mubarak.