O ministro da presidência espanhola manifestou-se hoje convicto de um «acordo urgente» entre a UE e as forças políticas gregas que implicará não realizar o referendo anunciado pelo Governo grego sobre a ajuda ao país.
Corpo do artigo
Numa conferência em Bilbau, Ramón Jáuregui considerou que a realização de um referendo «não é nenhuma solução» para o problema, insistindo que a Grécia «tem que cumprir os compromissos assumidos com a UE».
Para o ministro, «não há outra alternativa para a situação grega que um acordo de todas as forças políticas com a UE para cumprir os compromissos acordados na semana passada».
Jáuregui insistiu que é urgente um acordo de todas as forças gregas, considerando que «a direita grega não quer agora ajudar o governo, o que é actualmente inexplicável».
Descartando a saída da Grécia do euro, que seria «uma catástrofe», Jáuregui recordou que a dívida grega é seis vezes superior à que teve a Argentina, podendo, caso não sejam tomadas medidas, atingir os 180 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) até final do ano.
Também o secretário de Estado espanhol para a UE, Diego López Garrido, afirmou hoje que a Grécia deve «cumprir os compromissos» face ao plano de resgate da UE, para «não afectar o conjunto da zona euro».
«Se a Grécia levar adiante esse referendo e esse referendo sair contra a adopção dos acordos, incluindo o perdão de parte da dívida grega, o país enfrentará uma situação de bancarrota e a saída do euro. Isso será uma decisão muito negativa para a Grécia, como também para a zona euro», prosseguiu.
López Garrido questionou ainda a decisão de convocar um referendo apenas por «razões de política interna grega» e porque o primeiro-ministro grego «não se sente suficientemente apoiado politicamente».
«Afecta acordos que se alcançaram há poucos dias. Estas medidas de política económica diária não devem submeter-se à decisão popular, porque para isso existem as instituições do Governo e do parlamento», explicou.
«Quando se recorre a um referendo, tem que ser por razões de longo alcance, por reformas constitucionais», afirmou.