O projeto de lei do governo de Mariano Rajoy previa a redução considerável do direito ao aborto e estava a ser muito contestado, mesmo no interior do Partido Popular. Entretanto, o ministro da Justiça, que liderava o processo, apresentou a demissão.
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O primeiro-ministro espanhol anunciou, esta terça-feira, a retirada do polémico projeto de lei sobre o aborto, que reduzia consideravelmente o direito ao aborto em Espanha.
Perante os jornalistas, Mariano Rajoy explicou que o «governo esforçou-se ao máximo para tentar chegar ao melhor acordo possível» sobre este projeto adotado em dezembro, mas que tinha recebido muitas resistências, incluindo no Partido Popular.
«Vamos continuar a estudar as fórmulas que permitam chegar a um melhor acordo sobre esta reforma. Mas, neste momento, creio ter tomado a melhor decisão», reconheceu Rajoy sobre este projeto, que ainda não tinha sido apresentado no parlamento.
Em alternativa, Rajoy garantiu que o governo espanhol irá apenas apresentar alterações até ao final de 2014 para que as menores de 16 ou 17 anos tenham de ter autorização dos pais para realizar o aborto.
O líder do executivo espanhol, que não quer ter uma lei que vai ser mudada assim que chegar outro governo, explicou ainda que a aposta do governo se vai concentrar num plano de proteção da família.
Após esta decisão, o PSOE disse que o ministro da Justiça, Alberto Ruiz Gallardon, que liderava este processo, só tem um caminho, ou seja, a demissão.
A proposta agora retirada previa a possibilidade de aborto em caso de violação até às 12 semanas e até às 22 semanas se existisse um grave risco de saúde física e psíquica da mãe.
Entretanto, na sequência deste recuo, o ministro da Justiça, Alberto Ruiz Gallardon, apresentou a sua demissão.