O Governo francês pede respeito pela «presunção de inocência», numa reacção ao facto de o director-geral do FMI ter sido acusado por agressão sexual e tentativa de violação.
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O porta-voz do governo francês pediu «prudência» e respeito pela «presunção de inocência» depois de o director-geral do Fundo Monetário Internacional ter sido acusado de agressão sexual e tentativa de violação nos Estados Unidos.
«O governo francês respeita dois princípios simples: o de um processo judicial em curso sob autoridade da justiça norte-americana, segundo as modalidades do direito norte-americano e o respeito da presunção de inocência», declarou Françoi Baroin, que também é ministro do Orçamento, à cadeia France 2.
François Baroin, primeiro membro do governo francês a reagir à tempestade da acusação de Strauss-Kahn (conhecido como DSK), precisou que Paris «não irá mais longe em comentários sobre este caso» a curto prazo.
De resto, os partidos reagiram sem demora, com a direita mais agressiva e o PS francês mais cauteloso.
A líder do Partido Socialista francês, Martine Audry, mostrou-se «estupefacta» com a a acusação do director do FMI.
«As notícias que nos chegaram de Nova Iorque esta noite caíram como uma trovoada. Eu própria estou totalmente estupefacta», declarou a líder dos socialistas de França, numa curta declaração aos jornalistas, proferida na Câmara Municipal de Lille.
Apelando a todos para que «aguardem a realidade dos factos e respeitem a presunção de inocência», a dirigente do PS francês pediu ainda a todos os socialistas que «permaneçam unidos e responsáveis».
«Esta notícia é um choque que nos desconcerta. Creio que temos que ser contidos, aguardando com prudência e decência», declarou por seu turno à France Presse, em Paris, o deputado Pierre Moscovici, braço-direito de Dominique Strauss-Kahn no Partido Socialista.
Também a socialista Ségolène Royal considerou a acusação a Strauss-Kahn «perturbadora» e «um choque».
No entanto, sublinhou que os factos estão por «verificar» e que, como qualquer pessoa, o acusado tem direito à presunção de inocência.
Já a dirigente de extrema direita em França, Marine Le Pen, considerou que Strauss-Kahn está «definitivamente desacreditado como candidato à mais alta função do Estado».
«Os factos que são atribuídos a DSK, se forem verdadeiros, são muito graves. Está definitivamente desacreditado como candidato à mais alta função do Estado», declarou Marine Le Pen, responsável da Frente Nacional e candidata às presidenciais de 2012 em plena ascensão nas sondagens.