Governo francês reúne com representantes das redes sociais para analisar incentivos à violência
Tumultos em várias cidades francesas têm sido amplamente difundidos em centenas de vídeos partilhados nas redes sociais.
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O governo francês vai reunir na próxima sexta-feira com os representantes de redes sociais como Twitter, Snapchat e TikTok, entre outras, para analisar o papel que as redes sociais podem ter na amplificação da violência no país, na sequência da morte de um adolescente alvejado pela polícia em Nanterre.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, instou as plataformas que gerem as redes sociais a assumirem a sua quota-parte de responsabilidade e a ajudarem a identificar organizadores de distúrbios ou utilizadores que incentivem a violência online.
Segundo o canal francês BMF, o ministro da Transição Digital, Jean-Noël Barrot, propôs no Senado a criação de um grupo de trabalho para analisar o caso, mas rejeita a adoção de medidas extremas para controlar os conteúdos partilhados nas redes sociais.
O senador Patrick Chaize propôs uma alteração à lei para obrigar as redes sociais a bloquear o acesso, no prazo de duas horas, a vídeos e mensagens que apelem claramente à violência.
"Couper" les réseaux sociaux en cas d'émeutes ? Suite à un amendement de @P_Chaize permettant aux autorités de retirer un contenu "incitant manifestement à la violence" sous deux heures, @jnbarrot souhaite "engager une réflexion" dans la navette parlementaire du PJL numérique pic.twitter.com/YejowBWIo1
- Public Sénat (@publicsenat) July 4, 2023
Em resposta, o ministro Jean-Noël Barrot reconheceu ser "inegável que as redes sociais tiveram um papel na amplificação da violência", mas deu "parecer muito desfavorável" à alteração da lei por "apresentar um risco extremamente elevado de inconstitucionalidade".
"Temos de atribuir responsabilidades [às redes sociais], mas se as responsabilidades levam a infringir a liberdade de expressão, então isso significa que não encontrámos as fórmulas certas", defendeu.