O Governo grego atribui a questões de «política interna» as posições duras de Portugal e Espanha relativamente às suas propostas, disse hoje em Bruxelas fonte governamental, que reiterou no entanto «um grande otimismo» quanto a um «acordo em breve».
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No dia em que se celebra uma cimeira informal de chefes de Estado e de Governo da União Europeia, que assinala a estreia do novo primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, em Conselhos Europeus, e depois de na quarta-feira já ter tido lugar um Eurogrupo extraordinário, inconclusivo, sobre uma revisão do programa de assistência à Grécia, fontes do governo grego ouvidas pela Lusa sublinharam que a discussão é neste momento política.
Questionadas sobre o posicionamento dos governos português e espanhol, muito críticos quanto às pretensões do Governo de Tsipras relativamente à substituição do atual programa de assistência e renegociação da dívida, fonte do novo Governo de Atenas escusou-se a fazer muitos comentários, limitando-se a atribuir as posições dos executivos liderados por Pedro Passos Coelho e Mariano Rajoy a «política interna».
Relativamente às negociações em curso, as mesmas fontes governamentais gregas deram hoje conta do seu «grande otimismo» num compromisso na próxima segunda-feira, data em que se realiza novo Eurogrupo, e explicaram que a dificuldade básica, para já, é «se a base da discussão é o programa anteriormente acordado (com o governo de Samaras) ou não».
Do ponto de vista do novo Governo grego, «não se pode pedir a um governo eleito, com um novo programa, que implemente o anterior, com as condicionalidades que foram rejeitadas pelo povo grego», razão pela qual Atenas quer um «acordo ponte», de transição entre o anterior programa e um novo, que também prevê equilíbrio orçamental e reformas, mas com outras prioridades.
Garantindo que o Governo grego está disposto a fazer concessões, «e fê-las», e a cumprir as regras da UE, «embora discorde de várias», as fontes indicaram que o objetivo é chegar a uma «solução viável para ultrapassar a crise humanitária criada pelo anterior programa» na Grécia, que agrade a todas as partes.
As fontes sublinharam que o importante é encontrar agora um compromisso político, e não técnico, não se tratando de mais dinheiro que Atenas pretende, até porque «as necessidades financeiras da Grécia são geríveis» no médio prazo.