As sete bocas da erupção vulcânica que assola desde domingo a ilha do Fogo, Cabo Verde, uniram-se hoje à tarde numa só, provocando uma grande explosão de lava com a torrente a ter cerca de um quilómetro de largura.
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A torrente de lava, que se estendia inicialmente por 600 metros de largura e 4,5 quilómetros de comprimento, aumentou assim significativamente, pondo em risco a povoação de Portela, em plena Chã das Caldeiras, onde dezenas de populares tentavam salvar os bens das residências.
Pela segunda vez em menos de 24 horas, as autoridades cabo-verdianas abriram uma segunda estrada de terra para permitir a todo o tipo de carrinhas e camiões o acesso à Portela, onde os habitantes locais esventraram literalmente as suas casas, colocando portas, janelas, sanitas, móveis, colchões, pratos, tachos, entre outros bens, nas encostas da cratera de Chã das Caldeiras.
Desconhece-se para já qual a amplitude e consequências da mudança de fase da erupção vulcânica.
Hoje de manhã o primeiro-ministro cabo-verdiano José Maria Neves considerou que erupções vulcânicas já atingiram o estatuto de "catástrofe", com a destruição de casas, cisternas de água e currais de Portela.
José Maria Neves apelou à ajuda internacional, indicando que será aprovado em breve o plano de ação pós-crise, ainda dependente da evolução do vulcão, que tem sofrido imprevisiveis picos diários de atividade.
Esta noite, o ministro português da Defesa, Aguiar Branco,revelou que respondendo a esse apelo «amanhã vai zarpar para Cabo Verde uma fragata com um meio aéreo para uma missão de cerca de 15 dias e também disponibilizamos para apoio nesta situação de catástrofe uma equipa de comunicação por via satélite que terá uma missão mais prolongada».