Às 23h00 (21h00 em Lisboa) de terça-feira os écrans da televisão pública ficaram negros na Grécia. As cadeias da ERT deixaram de emitir e o emissor principal, situado numa montanha perto de Atenas, foi desativado pela polícia.
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As emissões da televisão e rádio públicas da Grécia, com 70 anos de história, saíram do ar horas depois do anúncio do governo.
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O encerramento é temporário, mas assim que a decisão foi conhecida, os gregos foram para a porta do edifício da ERT mostrando o seu descontentamento e indignação.
Os trabalhadores da empresa decidiram ocupar as instalações, depois de terem sido apanhados de surpresa pela decisão com efeitos imediatos. No total, são 2700 trabalhadores que vão para o desemprego.
A medida é uma das mais radicais anunciadas em relação às instituições públicas gregas e é o primeiro caso de despedimentos em massa no setor público.
O governo grego justifica a medida com o esbanjamento e a falta de transparência da ERT.
«Numa altura em que o povo grego está a passar por sacrifícios, não há espaço para demoras, hesitações ou tolerância para com vacas sagradas», declarou o porta-voz Simos Kedikoglou numa comunicação transmitida pela TV estatal.
«A ERT é um caso de falta de transparência excecional e extravagância incrível. Isso acaba agora», acrescentou o porta-voz, citado pela AFP.
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As emissões da televisão e rádio públicas da Grécia vão agora ficar suspensas até aparecer um novo organismo público, moderno e com muito menos pessoal.
Entretanto, os sindicatos consideraram que o encerramento da ERT é um verdadeiro golpe de Estado.
A União Europeia de Rádio e Televisão (UER) já veio solicitar ao governo grego a anulação desta decisão.