O novo governo grego prometeu hoje promover o crescimento, negociar parte do memorando de entendimento com os credores, manter a via europeia e terminar "em definitivo" com a crise.
Corpo do artigo
«O objetivo [do Governo] é enfrentar a crise, abrir o caminho do crescimento e rever determinados termos do acordo de empréstimo sem comprometer a via europeia e a sua manutenção no euro», refere uma declaração do novo governo grego citada pela agência noticiosa AFP.
O novo executivo de coligação, que inclui 18 ministros e é liderado pelo primeiro-ministro conservador Antonis Samaras, presta hoje juramento, antes de promover a primeira reunião do conselho de ministros.
A nova equipa, formada pelo partido Nova Democracia (ND, que venceu as legislativas de 17 de junho mas sem maioria absoluta) de Samaras, o Partido Socialista (Pasok) e com o apoio parlamentar da coligação Dimar (esquerda democrática) propõe-se ainda «reduzir a zero o défice orçamental, controlar a dívida e aplicar as reformas estruturais que o país necessita».
O objetivo, precisa a declaração de intenções, «também consiste em criar condições para a saída definitiva do país da crise e da dependência dos empréstimos».
O documento assegura ainda que o novo executivo é «uma equipa reduzida que não se tornará num 'reduto' de influência partidária e funcionará na base da unidade, da transparência e dos acordos entre os partidos que o apoiam, enquanto o recrutamento para a totalidade da máquina administrativa será baseado no mérito».
Dos 18 ministros do Executivo, 13 pertencem ao partido conservador de Samaras, cinco são tecnocratas independentes sugeridos pelos dois restantes parceiros (Pasok e Dimar) e integra apenas uma mulher, a titular do Turismo, Olga Kefaloyanni, militante da ND.
Entre os responsáveis ministeriais que vão garantir maior projeção internacional destacam-se Vassilis Rapanos, presidente do maior banco do país, próximo do Partido Socialista grego (Pasok) e que vai ocupar a pasta das Finanças na qualidade de independente, e o chefe da diplomacia, Dimitris Avramopoulos, membro da ND.
No total, incluindo vice-ministros e outros cargos, o Executivo integra 40 elementos, menos oito em comparação com o anterior governo de coligação ND-Pasok, dirigido pelo tecnocrata Lucas Papademos.