O ministro do interior grego diz que o país não tem dinheiro para pagar em junho os 1 600 milhões de euros ao FMI. A Grécia não vai pagar a próxima prestação ao Fundo Monetário Internacional.
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O anuncio foi feito em entrevista a uma televisão da Grécia.
Afastado dos mercados, o país tem colocado a prioridade no pagamento de salários e pensões.
Ontem o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, disse que o seu Governo pretende alcançar uma solução viável para a Grécia, mas recusou um acordo com "condições humilhantes" ou algo que resolva apenas os problemas a curto prazo.
"Não vamos aceitar condições humilhantes nesta negociação. A grande maioria social não pode pagar novos ajustes", afirmou Tsipras na comissão central do seu partido, o Syriza.
O primeiro-ministro da Grécia reiterou que as negociações com as instituições credoras - Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional - não vão "comprometer as exigências (...) sobre o IVA, no trabalho ou outras esferas".
A oposição do Governo aos cortes salariais e pensões, à liberalização do mercado de trabalho e à reforma do IVA são algumas das questões que geram grande desacordo com os credores.
No final de fevereiro, os parceiros da zona do euro chegaram a acordo com a Grécia e alargaram o segundo resgate até ao final de junho para tentar chegar a acordo sobre as reformas do país.
Alexis Tsipras voltou ontem a defender que o pacto com os parceiros internacionais não pode significar um aumento da desigualdade social ou implicar novos cortes, porque a sua intenção é promover um novo modelo de produção baseado na redistribuição da riqueza.
Para o primeiro-ministro, o pacto adicional deve incluir a reestruturação da dívida e um pacote de financiamento para impulsionar o crescimento económico: "Tal acordo seria a chave para fortalecer a luta real contra a elite política que destruiu a base produtiva e do tecido social do país", disse.