Depois de o partido Nova Democracia não ter conseguido o apoio parlamentar necessário, o Presidente da República chamou o "Unidade Popular" para tentar formar um governo de unidade nacional.
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Quatro dias depois do pedido de demissão apresentado pelo primeiro-ministro, Alexis Tsipras, sucedem-se as tentativas gregas de formar governo.
Esta segunda-feira, Panagiotis Lafazanis, ex-Ministro da Energia de Tsipras e líder do partido Unidade Popular, reuniu-se com o Presidente da República, Prokopis Pavlopoulos, e tem três dias para tentar alcançar os apoios para uma coligação, o que não foi conseguido pelo maior partido de oposição ao governo, o Nova Democracia.
O recém-criado Unidade Popular, formado por elementos da ala mais à esquerda do Syriza, maior partido de apoio ao atual executivo, conta com 25 deputados do parlamento grego, e declara-se anti-euro, anti-austeridade e a favor da moeda que circulava na Grécia antes da entrada da moeda única, o dracma.
A Unidade Popular, assume o processo e recebe o mandato para tentar formar governo depois da tentativa fracassada da Nova Democracia, mas já adiantou que vai usar o tempo dado pelo chefe de Estado para fazer campanha contra o atual executivo: "Vamos usar este mandato para demonstrar que um governo anti-memorando consistente pode, e deve, existir neste país. Usaremos este mandato, em primeiro lugar, para falar com a sociedade e as organizações sociais", diz Panagiotis Lafazanis.
O líder da Unidade Popular acusa ainda Tsipras de querer convocar eleições antecipadas para manter os eleitores "no escuro" em relação aos termos do novo acordo entre a Grécia e os parceiros europeus.
Alexis Tsipras demitiu-se, na semana passada, com o objetivo de convocar eleições antecipadas. Caso o partido Unidade Popular não consiga reunir apoios para uma maioria parlamentar, o presidente deve convocar eleições, sendo 20 de setembro a data mais provável para o escrutínio.