
Reuters
Os ativistas subiram ao topo da maior central de carvão da União Europeia em vésperas da cimeira da ONU sobre alterações climáticas.
Nove ativistas da Greenpeace escalaram esta terça-feira uma chaminé de 180 metros na central elétrica de Belchatow, no centro da Polónia, para protestar contra o aquecimento global, alguns dias antes da próxima cimeira da ONU sobre mudanças climáticas (COP24).
"Queremos chamar a atenção do mundo inteiro sobre o facto de que as mudanças climáticas são reais, que tragédias humanas acontecem debaixo do nosso olhar e que algumas ações são urgentes", afirmou uma ativista daquela organização não-governamental, Katarzyna Guzek, em declarações à agência France-Presse.
"Esta é a maior central de carvão na União Europeia, uma das maiores no mundo e portanto, é o símbolo de um sistema que está a matar a vida no nosso planeta", acrescentou.
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A operação da Greenpeace foi confirmada por um porta-voz da empresa estatal PGE proprietária da central, Maciej Szczepaniuk, que afirmou estar a "controlar a situação" e que a ação "não teve impacto sobre o bom funcionamento da central".
Segundo a Greenpeace, cerca de 80% da eletricidade produzida no país é produzida nesta central.
Esta dependência ao carvão faz com que a Polónia seja um dos países com maior contaminação atmosférica da Europa, especialmente na região da Silésia, no sul, onde se encontra a cidade de Katowice que vai acolher a COP24, entre 02 e 14 de dezembro.
"O Governo polaco, que acolhe esta cimeira, contribui muito para o aquecimento global. Por um lado, organiza cimeiras e por outro lado anuncia o seu programa energético no qual o carvão permanece um combustível de base até 2060", criticou a ecologista.
Na Cimeira do Clima, a comunidade internacional deverá concluir o Acordo de Paris (alcançado em 12 de dezembro de 2015) para limitar o aquecimento global a menos de dois graus centígrados em relação aos valores pré-industriais.