O Governo liderado por Michel Temer tenta, a todo o custo, conter o caos causado pela greve de quatro dias dos camionistas, em protesto contra a alta de preços do combustível.
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Nas últimas horas, o presidente brasileiro, Michel Temer negociou uma trégua de quinze dias com os grevistas e aceitou reduzir em 10% o preço do diesel. Mais tarde, esta sexta-feira, foi decretado o estado de emergência em São Paulo.
Temer negociou pressionado pelas notícias de filas homéricas nos postos de gasolina, racionamento de alimentos nos supermercados, seis milhões de litros de leite desperdiçados num dia, falta de vacinas e remédios nos hospitais e farmácias, ambulâncias e rondas policiais a operarem a meio gás, transporte público cortado, portos e aeroportos com restrições e défice de peças na indústria. Foram os efeitos da paralisação dos 496 pontos de estrada em 25 dos 26 estados do país.
A solução encontrada por Temer causou, entretanto, danos na Petrobrás, a estatal petrolífera brasileira - notícia nos últimos anos por ter sido o foco da Operação Lava Jato. Num só dia, a empresa perdeu cerca de 11 mil milhões de euros em valor de mercado, com a decisão de congelar o preço dos combustíveis.
A recuperação da empresa era um dos exemplos dados por Temer para elogiar a ação do seu Governo. Com mais uma derrocada da Petrobrás, a candidatura do ex-ministro das Finanças, Henrique Meirelles, às presidenciais de outubro, apoiada por Temer, deve sofrer duro golpe.
(Notícia atualizada às 16h34)