A paralisação na Bélgica contra as mudanças propostas pelo governo ao regime de pensões está a afectar os transportes, a imprensa, escolas, hospitais públicos, penitenciárias e as cadeias de televisão. Também os bombeiros estão a cumprir serviços mínimos.
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Na origem da greve está uma proposta do novo governo de centro-esquerda-direita, liderado pelo socialista Elio Di Rupo, que quer reformar - no âmbito de um pacote de medidas de austeridade - o regime das aposentações, propondo como idade mínima para a reforma antecipada os 62 anos, em vez de 60.
O acesso à pré-reforma passará a ser mais difícil e o Governo quer ainda harmonizar todos os regimes de aposentação, sendo que o parlamento deverá votar hoje o diploma sem que este tenha sido debatido com os parceiros sociais.
Piquetes de greve montaram barreiras, às 6h30 (5h30 de Lisboa), em dois dos principais acessos rodoviários a Bruxelas, tendo desmobilizado pelas 10h30.
No que respeita ao tráfego aéreo, o aeroporto internacional de Bruxelas está a funcionar com normalidade, bem como o de Charleroi.
O ministro das Pensões, Vincent Van Quickenborne, deverá reunir-se com os sindicatos esta tarde, tendo um dirigente sindical declarado à agência noticiosa Belga que espera que o Governo apresente uma proposta de negociação.
Por seu lado, o ministro (do partido liberal flamengo Open VLD), afirmou já que as grandes linhas da reforma não podem ser alteradas.
O executivo de coligação, que tomou posse em Novembro, após ano e meio de crise política, tem o prazo até final do próximo ano, definido pela Comissão Europeia, para diminuir o défice para o limite do pacto de estabilidade e crescimento (3 por cento do produto interno bruto).