Grupos políticos no Parlamento Europeu reagem com “prudência” e sem “triunfalismo” a acordo sobre cargos de topo
A reação ao mais alto nível nos grupos parlamentares ao acordo político para os cargos de topo em Bruxelas é a de que até à decisão dos 27 está tudo em aberto
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No Parlamento Europeu, a reação dos grupos políticos a um acordo político para os principais cargos em Bruxelas é de “prudência”, até que haja uma decisão “formal”, em sede de “Conselho Europeu”.
Ouvida na tarde desta terça-feira, em Bruxelas, a vice-presidente do grupo do Partido Popular Europeu, a portuguesa Lídia Pereira, lembra que até à decisão dos 27, nada está decidido. “São boas notícias, é verdade, mas ainda não está confirmado”, afirmou aos jornalistas.
“É uma proposta que será agora apresentada ao Conselho pelos seis negociadores dos três principais partidos do Centro Democrático e, portanto, é disso que se trata”, detalhou a eurodeputada, considerando, porém, que se trata de “uma perspectiva otimista”.
“Mas eu acho que não vale a pena estarmos a ser demasiado triunfalistas porque não sabemos qual é que é o resultado da reunião de quinta-feira”, destacou.
No mesmo sentido, a espanhola que esta terça-feira foi reeleita presidente do grupo dos Socialistas e Democratas no Parlamento Europeu, Iratxe Garcia Perez, prefere “esperar” para ver se o acordo se concretiza no Conselho.
“Vamos esperar até quinta-feira para ver se o Conselho [Europeu] ratifica o acordo”, afirmou, lembrando que há uma parte do acordo que ainda terá de passar pelo Parlamento Europeu, no caso da presidência da Comissão.
“Nesse caso, começaremos a trabalhar aqui. E claro, para nós é importante insistir que queremos um acordo e, ao mesmo tempo, queremos negociar políticas. Isto não pode ser um cheque em branco. Temos de falar sobre as nossas prioridades e vamos ser muito sérios nesse sentido”, afiançou.
Pelos liberais, a presidente do grupo Renovar a Europa, a francesa Valérie Hayer, espera um acordo rápido, e destaca que para já ainda não há uma decisão oficial.
“Estamos a aguardar a decisão formal e a informação oficial do Conselho, que terá lugar no final da semana. [Para já] tomamos nota”, afirmou aos jornalistas.
“Para nós, no Renew, era importante que o Conselho tomasse uma decisão rapidamente. E, depois, uma vez que a candidata [à Comissão] seja confirmada, para nós, no Renew, o que importa não é a pessoa, mas sim o programa político”, destacou, referindo-se ao cargo de presidente da Comissão Europeia, prometendo “discussões fortes” nas reuniões no Parlamento Europeu.
“Teremos discussões com prioridades políticas que serão fortes e que serão as exigências em troca do nosso apoio, e isso será obviamente importante no conteúdo e nas prioridades políticas”, afirmou ainda.