Guaidó reeleito presidente do Parlamento venezuelano em sessão paralela na sede de um jornal
O líder da oposição na Venezuela, Juan Guaidó, foi, no domingo, reeleito presidente do Parlamento pelos deputados da oposição, numa sessão organizada na sede de um jornal.
Corpo do artigo
Guaidó foi impedido pela polícia de entrar no edifício da Assembleia Nacional, onde os deputados aliados do Presidente, Nicolás Maduro, com alguns deputados da oposição, elegeram um novo presidente, Luís Parra.
"Juro perante Deus e o povo da Venezuela que farei respeitar" a Constituição como "presidente do Parlamento e presidente interino", declarou Juan Guaidó depois de ter sido votado por cerca de 100 deputados.
Na votação participaram muitos deputados perseguidos pela Justiça, no quadro do que a oposição qualifica de "perseguição política". Votaram em Guaidó inclusivamente os membros do movimento 16 de julho, opositores de Nicolás Maduro mas também habitualmente críticos de Guaidó.
Guaidó e muitos deputados da oposição não chegaram a entrar no Parlamento, onde se elegia Luís Parra, porque ficaram horas retidos nos cordões de segurança da Polícia Nacional Bolivariana e da Guarda Nacional Bolivariana, nos arredores do Parlamento.
A agência de notícias espanhola, Efe, testemunhou Guaidó a ser parado pelas forças de segurança. O Presidente da Venezuela disse aos jornalistas que Guaidó não participou na sessão porque não quis "dar a cara".
11674280
UE e EUA reconhecem Guaidó como legítimo presidente do Parlamento
A União Europeia (UE) afirmou, esta segunda-feira, que continua a reconhecer Juan Guaidó como presidente legítimo da Assembleia Nacional da Venezuela.
"A UE continua a reconhecer Juan Guaidó como o legítimo Presidente da Assembleia Nacional até que sejam asseguradas as condições para uma votação adequada", adiantou, em comunicado, o porta-voz para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança do Serviço Europeu de Ação Externa (EEAS, na sigla em inglês), Peter Stano.
Para a UE, os acontecimentos em torno da eleição do Presidente da Assembleia Nacional na Venezuela foram marcados por graves irregularidades e ações contra o funcionamento democrático e constitucional da Assembleia Nacional.
"O seu Presidente, Juan Guaidó, foi impedido de realizar a sessão, vários legisladores da oposição não puderam entrar na Assembleia Nacional e o acesso da imprensa ao edifício também foi bloqueado. Não é aceitável que a Assembleia Nacional, como órgão democrático legítimo da Venezuela, não tenha podido cumprir o mandato que recebeu do povo venezuelano", considerou Peter Stano.
O EEAS defende que estas "irregularidades não são compatíveis com um processo eleitoral legítimo" e "constituem um novo passo na deterioração da crise venezuelana". "O respeito pelas instituições e princípios democráticos e a manutenção do Estado de Direito são condições essenciais para encontrar uma solução pacífica e sustentável para a crise na Venezuela", adiantou ainda o porta-voz do EEAS, reiterando a disponibilidade da UE para "apoiar um processo genuíno para uma resolução pacífica e democrática da crise, com base em eleições credíveis e transparentes".
Já os Estados Unidos da América (EUA) felicitaram, esta segunda-feira, o líder da oposição venezuelana Juan Guaidó pela reeleição na chefia do Parlamento da Venezuela.
"Felicito Juan Guaidó pela reeleição como presidente da Assembleia Nacional venezuelana e condeno os esforços sem êxito" do chefe de Estado, Nicolás Maduro, "de negar a vontade do Parlamento democraticamente eleito", afirmou o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo.