"Guerra perigosa." Irão anuncia "consequências duradouras" após ataque dos EUA e dispara 30 mísseis contra Israel
Os EUA entraram no conflito do Médio Oriente e Donald Trump anunciou que foram atingidas “com sucesso” três instalações nucleares iranianas
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O Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano disse este domingo que os Estados Unidos lançaram uma “guerra perigosa” contra o Irão, depois dos ataques norte-americanos a três instalações nucleares do país. Segundo a televisão estatal iraniana, Teerão disparou esta manhã 30 mísseis contra Israel.
“Agora, ao completar a cadeia de violações e crimes cometidos pelo regime sionista, os Estados Unidos lançaram uma guerra perigosa contra o Irão”, afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano em comunicado.
Os ataques norte-americanos às instalações nucleares iranianas demonstram que os Estados Unidos não se deterão perante "nada" para apoiar Israel na sua guerra contra o Irão, adiantou.
"É agora muito claro para todos que o regime que goza de estatuto de membro permanente do Conselho de Segurança não respeita qualquer princípio ou moralidade e não se coíbe de qualquer ilegalidade ou crime para servir os objetivos de um regime de ocupação genocida", afirmou o ministério, referindo-se aos Estados Unidos e depois a Israel.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou que os Estados Unidos atingiram “com sucesso” três instalações nucleares iranianas, os primeiros bombardeamentos norte-americanos a ocorrer no meio do conflito entre Israel e o Irão.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano classificou os ataques como uma “violação flagrante e sem precedentes dos princípios mais fundamentais da Carta das Nações Unidas e das normas do direito internacional”.
Considerou que estes ataques, efetuados em “conluio criminoso” com Israel, “demonstram uma vez mais a profunda depravação e corrupção moral que rege as políticas dos EUA”.
O ministério dos Negócios Estrangeiros afirmou que a República Islâmica do Irão “reserva-se o direito de resistir com toda a força” à agressão dos EUA.
O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araqchi, declarou anteriormente que o Irão se reserva “todas as opções” para se defender após o ataque dos EUA às suas instalações nucleares, que, segundo o próprio, “terá consequências duradouras”.
“De acordo com a Carta das Nações Unidas e as suas disposições que permitem uma resposta legítima em autodefesa, o Irão reserva-se todas as opções para defender a sua soberania, os seus interesses e o seu povo”, afirmou na X Araqchi.
Na sequência dos ataques, a Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA) informou num comunicado publicado na X que “até ao momento não foi registado qualquer aumento dos níveis de radiação fora das três instalações nucleares”.
Os Estados Unidos bombardearam esta madrugada três instalações nucleares do Irão, entrando diretamente na guerra iniciada por Israel há nove noites.
Donald Trump declarou hoje num breve discurso à nação que as principais instalações nucleares do Irão foram “completa e totalmente destruídas” por ataques levados a cabo pela força área dos Estados Unidos.
O Presidente norte-americano advertiu ainda Teerão contra eventuais retaliações contra os Estados Unidos, sublinhando que o Irão tem de escolher entre “paz ou tragédia”.
