A cerimónia esteve prevista para hoje, mas por causa do mau tempo só será esta quarta-feira que o governo de transição da Guiné-Bissau toma posse. O novo executivo, que conta com 14 ministérios, é composto por rostos conhecidos do povo guineense.
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Apesar da cerimónia de posse só acontecer esta quarta-feira, o novo governo já está em funções, de acordo com o decreto hoje assinado pelo presidente de transição da Guiné-Bissau, Serifo Nhamadjo.
O antigo primeiro-ministro guineense Faustino Imbali é o novo ministro dos Negócios Estrangeiros do governo de transição. Além desta pasta, Imbali também vai coordenar os ministérios da Cooperação Internacional e das Comunidades Guineenses na Diáspora.
Outra curiosidade do governo de transição anunciado hoje é a chamada do piloto-aviador Celestino de Carvalho, até aqui diretor do Instituto Nacional de Defesa, para chefiar a pasta da Defesa e dos Combatentes da Liberdade da Pátria.
O ministério do Interior vai ser liderado por António Suka Ntchama, enquanto o economista e antigo ministro Abubacar Demba Dahaba foi novamente chamado para ser titular da pasta das Finanças.
O porta-voz do Fórum da Oposição Democrática (partidos que lideraram as contestações ao Governo deposto no golpe de Estado), Fernando Vaz, é agora o novo ministro da Presidência do conselho de ministros, da comunicação social e dos assuntos parlamentares.
A pasta da Educação é confiada a Vicente Pungura, quadro ligado ao ministério do Interior enquanto a Saúde foi entregue ao médico pediatra, Agostinho Cá.
O juiz desembargador Mamadu Saido Baldé deixa a magistratura para ser ministro da Justiça e o advogado e constitucionalista Carlos Vamain, líder do partido Fórum Cívico Guineense Social-Democracia (sem representação parlamentar) é o novo ministro da Função Publica, do Trabalho e da Reforma do Estado.
O mandatário de Serifo Nhamadjo nas presidenciais anuladas pelo golpe de Estado, Daniel Gomes, é o ministro dos Recursos Naturais e da Energia e o economista Degol Mendes, antigo quadro do Banco Central dos Estados da África Ocidental (BCEAO) foi chamado para chefiar o ministério da Economia e Integração Regional.
A agricultura e pescas serão chefiadas por Malam Mané, antigo secretário de Estado da Cooperação no Governo de Kumba Ialá, e Fernando Gomes, um outro quadro do partido de Kumba Ialá, foi novamente designado ministro das Infraestruturas, coordenando os Portos de Bissau, onde já foi diretor geral.
O líder da União Nacional para Democracia e Progresso (UNDP, partido extraparlamentar), Abubacar Baldé, antigo ministro do Interior nos anos 90, é agora o novo ministro do Comércio, Indústria e Valorização de Produtos Locais, enquanto ao presidente interino do Partido Republicano da Independência e Desenvolvimento (PRID, terceira força no Parlamento), Batista Té, foi confiado o ministério da Administração do Território e Poder Local.
O novo Governo é ainda integrado por 13 secretários de Estado.