O secretário-geral da ONU defende uma solução «faseada» para a crise na Guiné-Bissau, começando pela mediação e sanções a indivíduos, com «total apoio» às iniciativas da comunidade regional (CEDEAO).
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A posição é expressa no relatório ao Conselho de Segurança, a que a Lusa teve acesso, em que Ban Ki-moon afirma que o Comando Militar responsável pelo golpe «continua intransigente», apesar da condenação da comunidade internacional, o que está a levar a um agravamento da situação política, de segurança, humanitária e socioeconómica.
«A abordagem para lidar com a crise no país tem de ser faseada e medida, começando com diálogo inclusivo e mediação, acompanhado por sanções direcionadas conforme necessário, para assegurar o regresso rápido e pacífico ao Estado de Direito», diz o secretário-geral da ONU.
«Os passos dados pela CEDEAO para encontrar uma solução para crise têm de ser totalmente apoiados», adianta Ban Ki-moon no relatório, pedido há uma semana pelo Conselho de Segurança.
O documento estará em cima da mesa dos 15 países membros no 'briefing' e consultas da próxima semana no Conselho de Segurança sobre a crise na Guiné-Bissau, que deverá ter lugar a 7 de Maio, segundo fonte diplomática.
Ban Ki-moon apela aos atores guineenses, incluindo ao Comando Militar, PAIGC e outros patidos políticos para que se envolvam no processo de mediação da CEDEAO.
Além destes esforços diplomáticos, o Conselho de Segurança admitiu, na sua última declaração sobre a Guiné-Bissau, a imposição de sanções aos autores do golpe, políticos e militares, que podem passar por interdição de viagens e congelamento de bens.