As missões de observadores que acompanharam as eleições gerais na Guiné-Bissau dão nota positiva à forma como decorreu a votação.
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José Ramos-Horta, representante das Nações Unidas na Guiné-Bissau, disse hoje que a participação dos eleitores nas eleições gerais de hoje poderá ter chegado a 80%.
«A afluência às urnas parece-me muito grande, pelo menos pelo que oiço das regiões e pelo que vi. O cômputo final pode chegar à oitenta por cento ou mais», disse Ramos-Horta.
O representante da ONU falava aos jornalistas após o fecho das urnas e com base em dados que disse ter recolhido pessoalmente.
A preocupação do representante do secretário-geral da ONU na Guiné-Bissau reside agora na aceitação dos resultados que vierem a ser pronunciados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), nos próximos dias.
Ramos-Horta espera que o partido vencedor saiba "abraçar" os menos votados e iniciar um processo de diálogo no país.
As missões de observadores que hoje acompanharam as eleições na Guiné-Bissau dão nota positiva à forma como decorreu a votação
Em Bissau está a eurodeputada portuguesa Ana Gomes, que faz parte da missão de observadores da União Europeia. Ouvida pela TSF, a eurodeputada fala num dia de eleições tranquilo e destaca uma grande afluência às urnas motivada por uma grande vontade de mudança por parte dos guineenses.
Ana Gomes diz que a comunidade internacional está de olhos postos na Guiné Bissau e que, ao contrário do que já aconteceu no passado, não vai tolerar qualquer golpe por parte de qualquer organização.
Também Joaquim Chissano, ex-presidente moçambicano e chefe da missão de observadores eleitorais da União Africana (UA), considera que a ida às urnas «correu muito bem».
Em declarações à agência Lusa após o fecho das urnas, às 17:00 locais (mais uma hora em Portugal), Chissano destacou a «paz e tranquilidade» com que decorreu o ato eleitoral. Pese embora pequenos problemas, nada foi detetado que possa afetar a votação, sublinhou.
Fonte da missão de observadores da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que tem maior número de membros no país, disse também à Lusa que a votação decorreu «com normalidade».
A forma «calma e ordeira» como decorreu o dia de eleições foi igualmente a nota dominante junto dos observadores da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), acrescentou outra fonte.
A missão da UE vai apresentar na segunda-feira um relatório preliminar sobre o ato eleitoral, às 17:00, seguindo-se a avaliação da UA, pelas 18:30, ambas em unidades hoteleiras de Bissau.
A CEDEAO deverá agendar, também para segunda-feira, a apresentação de uma posição sobre a forma como decorreram as eleições gerais na Guiné-Bissau.
Este foi o primeiro escrutínio após o golpe de estado de 12 de abril de 2012, com 775.508 cidadãos inscritos nos cadernos eleitorais, para escolher entre 13 candidatos presidenciais e 15 partidos a concorrer à Assembleia Nacional Popular.