O ex-Presidente da República timorense condena, em declarações à TSF, a demissão do governo da Guiné-Bissau e apela aos militares, que no passado "foram manipulados pelos políticos", para não se envolverem numa crise política que pode ser prolongada.
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José Ramos-Horta, ex-Presidente da República de Timor-Leste, defende que a ONU, a CPLP e a União Africana devem tomar "posições muito claras, sem ambiguidades, face à situação que se criou na Guiné-Bissau com a demissão do Governo". Em declarações à TSF, Ramos-Horta afirma que "não se pode permitir que o Presidente da República demita um governo, com um ano apenas de governação, sem lhe ter dado tempo para que governasse melhor" e sem se fazerem os esforços necessários para encontrar uma solução para o diferendo.
Sem esconder o "descontentamento, a frustração e a preocupação" com o agravamento da situação, José Ramos Horta critica a posição do Chefe de Estado guineense, José Mário Vaz, e afirma que é injusto "esperar-se que o Primeiro-Ministro Domingos Simões Pereira, logo no primeiro ano, retificasse, corrigisse e fizesse a limpeza dos problemas acumulados ao longo dos anos".
José Ramos-Horta, enviado especial do Presidente da República de Timor-Leste para a Guiné-Bissau, espera que os militares guineenses tenham aprendido com os erros do passado, quando "foram manipulados pelos políticos", e considera que eles "não devem envolver-se, de nenhuma forma, neste imbróglio".