António Guterres, defendeu no primeiro encontro com os estados-membros da ONU enquanto secretário-geral designado uma "visão não tecnocrática" para os desafios da organização.
Corpo do artigo
Na resposta às perguntas dos estados-membros sobre a Agenda de Desenvolvimento Sustentável Pós-2015 e o Acordo do Clima de Paris, Guterres defendeu uma "visão não tecnocrática" para a implementação dos dois documentos.
"Uma visão que mobiliza recursos para os que têm mais dificuldade", como os países em desenvolvimento e os pequenos estados insulares, disse.
"São duas faces de uma mesma realidade que têm a ver, sobretudo, com a eliminação da pobreza e com assegurar que temos um planeta sustentável", acrescentou.
António Guterres apresentou-se no encontro com a sua equipa de transição, composta por cinco pessoas, entre as quais o diplomata português João Madureira.
O português disse ainda que "a parceria com a sociedade civil é um instrumento chave para o sucesso das nações unidas. Hoje em dia vivemos num mundo onde os governos sentem cada vez mais dificuldades para governar. Eu mesmo senti isso quando estava no governo. Os atuais governos têm menos influência do tinham há 20 ou 30 anos para resolverem problemas dos países
e a sociedade civil surgiu como um instrumento chave do desenvolvimento e de todos os outros aspetos onde as Naçoes Unidas atuam como a prevenção de conflitos e a promoção dos direitos humanos e por isso o diálogo e a cooperação com a sociedade civil vai ser um aspeto central da ONU nos próximos anos".
O antigo Alto-comissário para os Refugiados respondeu também às muitas perguntas sobre as nomeações que fará para cargos seniores enunciando os critérios que estabeleceu.
"Competência e integridade, paridade de género, como uma forma de empoderamento de mulheres e meninas em todo o mundo, e diversidade regional", explicou o português.
Guterres respondeu hoje a dezenas de perguntas dos estados-membros da ONU e representantes dos grupos regionais, mas começou o encontro a dizer que estava presente para "ouvir e aprender."
No encontro, que durará cerca de três horas, todos os Estados-membros da ONU poderão fazer intervenções.
Entre as primeiras intervenções, destacaram-se elogios à escolha de António Guterres e ao processo que levou à sua eleição.
"Houve um nível sem precedentes de transparência", disse um dos primeiros participantes, o português João Vale de Almeida, embaixador da União Europeia junto da ONU.
AYS // SB
Lusa/fim
Este texto da agência Lusa foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.