Guterres destaca acordos para exportação de cereais e apela à segurança de Zaporizhzhia
O secretário-geral da ONU diz que se não se estabilizar o mercado de fertilizantes neste ano, "não haverá alimentos em 2023".
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O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, dirigiu-se esta quarta-feira ao Conselho de Segurança para realçar a importância dos acordos feitos para a distribuição de cereais provenientes da Ucrânia e mostrar preocupação com a situação em Zaporizhzhia.
António Guterres afirma que os acordos "trouxeram esperança para as pessoas vulneráveis que enfrentam a crise alimentar global" e não seriam "não seriam possíveis sem a abordagem construtiva tanto da Ucrânia como da Rússia, nem o empenho da Turquia".
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"O histórico porto de Odessa que esteve parado durante meses está lentamente a voltar à atividade. (...) Apenas há umas semanas, tudo isto seria difícil de imaginar", refere.
Mas não são só os cereais que preocupam o secretário-geral das Nações Unidas na crise alimentar: "Se não estabilizarmos o mercado de fertilizantes em 2022, não haverá alimentos em 2023."
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A frente de guerra foi outro dos temas que Guterres levou para a discussão, principalmente por causa da segurança de Zaporizhzhia. "Apesar do progresso na frente humanitária, a luta na Ucrânia não mostra quaisquer sinais de finalização", disse, avisando que "a segurança da central nuclear tem de ser garantida".
O secretário-geral da ONU lembrou ainda que "é imperativo que a missão [humanitária] esteja segura e possa chegar a todo o lado".
Por fim, num dia em que se celebram os 31 anos da independência da Ucrânia e, ao mesmo tempo, se assinalam seis meses desde que a Rússia invadiu o país, António Guterres felicita "todo o povo ucraniano" pela luta.