Nikki Haley apresentou a demissão do cargo de embaixadora dos Estados Unidos.
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O secretário-geral da ONU destacou esta terça-feira a relação de trabalho "forte e produtiva" que tem mantido com a embaixadora dos Estados Unidos junto daquela organização, Nikki Haley, que apresentou esta terça-feira a sua demissão ao Presidente Donald Trump.
As declarações de António Guterres foram divulgadas poucas horas depois do Presidente dos Estados Unidos ter confirmado que Nikki Haley tinha apresentado a sua demissão e de que iria deixar o cargo de embaixadora junto das Nações Unidas no final do ano.
Guterres e Haley "tiveram sempre uma relação de trabalho muito forte e produtiva durante o seu mandato como representante permanente dos Estados Unidos [o maior contribuinte da ONU]", referiu uma nota informativa do porta-voz do secretário-geral, divulgada pelo serviço noticioso ONU News.
Na mesma nota, Guterres expressou um "profundo apreço pela excelente cooperação e apoio demonstrados sempre" por Nikki Haley, destacando ainda que os dois "trabalharam arduamente para promover laços construtivos entre as Nações Unidas e os Estados Unidos, partilhando o valor das Nações Unidas".
No breve texto, o secretário-geral da ONU referiu ainda que espera continuar a trabalhar com Nikki Haley até ao fim do mandato e com o seu sucessor.
O pedido de demissão de Haley foi hoje anunciado por Trump a partir da Casa Branca.
A informação já circulava, no entanto, ao início da tarde em vários 'media' norte-americanos.
"Ela fez um trabalho fantástico", declarou Donald Trump, precisando que a representante sairá "no fim do ano".
"Ela disse-me há cerca de seis meses (...) que queria fazer uma pausa", acrescentou o chefe de Estado norte-americano, em declarações aos jornalistas feitas ao lado de Nikki Haley na Sala Oval (gabinete presidencial na Casa Branca).
Classificando Nikki Haley como uma pessoa "muito especial", Trump realçou ainda que juntos conseguiram "resolver muitos problemas".
Donald Trump disse ainda que irá revelar o nome do sucessor de Haley dentro "de duas ou três semanas".
Por seu lado, Nikki Haley afirmou que tem sido uma "honra de uma vida" servir como representante permanente dos Estados Unidos junto à ONU, assegurando ainda que não será candidata às eleições presidenciais norte-americanas de 2020, numa altura em que as suas ambições políticas têm sido objeto de muitos rumores.
"Não, não vou concorrer em 2020" para Presidente, gracejou, acrescentando rapidamente de que irá apoiar Trump.
A resignação de Haley acontece a algumas semanas da realização das eleições intercalares norte-americanas, agendadas para 06 de novembro.
Os motivos que originaram a resignação de Nikki Haley não foram, até ao momento, revelados.
"É importante saber quando chegou o momento de afastarmo-nos", afirmou apenas a representante.
Nikki Haley, de 46 anos, foi nomeada para o cargo de embaixadora dos Estados Unidos junto das Nações Unidas em novembro de 2016.
Antes de ser nomeada por Trump, Haley foi a 116.ª governadora da Carolina do Sul, tendo sido a primeira mulher a ocupar tal carg, que desempenhou entre janeiro de 2011 e janeiro de 2017, altura em que ingressou nas Nações Unidas.
Em novembro de 2016, a nomeação de Haley para ser a embaixadora dos Estados Unidos junto das Nações Unidas causou na altura surpresa, não só por ter sido uma das vozes mais críticas de Trump durante a campanha presidencial, mas também pela sua pouca experiência em política externa.
Nas primeiras declarações que fez aos jornalistas na sede da ONU, em janeiro de 2017, a representante revelou uma nova postura da administração Trump com dois importantes recados: a relação dos Estados Unidos com aquela organização ia entrar numa nova fase, nomeadamente ao nível das contribuições, e Washington ia "anotar" os nomes dos seus críticos.
Nikki Haley é encarada como uma das figuras de relevo da administração Trump e durante o mandato do ex-secretário de Estado Rex Tillerson (que deixou o cargo em março passado) assumiu, muitas das vezes, a linha da frente da política externa dos Estados Unidos.
Uma posição que, segundo as agências internacionais, tem vindo a perder nos últimos meses depois da chegada à administração norte-americana de Mike Pompeo (atual secretário de Estado) e de John Bolton (conselheiro para a área da Segurança Nacional).