O Alto Comissário da ONU para Refugiados considerou, esta sexta-feira em Lisboa, que a solidariedade europeia está muito aquém do desejável.
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Ao olhar para as dificuldades da acção humanitária e para os problemas do próprio país, António Guterres frisou que «há falta de Europa, de solidariedade europeia, de sentido europeu, de entreajuda europeia e de capacidade de afirmação da Europa no quadro internacional».
Em Lisboa para inaugurar uma exposição de fotografia, António Guterres não se alongou nos comentários à situação internacional, mas sempre foi dizendo que o mundo mudou e que a Europa não soube reagir.
«Vivi o período do mundo com dois pólos, o pólo soviético e o pólo ocidental, depois vivi o período unipolar com uma hegemonia dos Estados Unidos e agora vivermos num mundo que não é unipolar nem ainda é multipolar», constatou.
«Às vezes temos a impressão quando vemos esta crises que se multiplicam por toda a parte que ninguém esta a tomar conta de nada, que as coisas acontecem por acaso», acrescentou.
Esta realidade, frisou é «mais uma razão para dizer que no mundo de hoje há uma enorme falta de Europa».
Para corrigir a situação é preciso vontade e confiança entre quem governa e quem é governado, defendeu.
Questionado sobre a capacidade ou não de Portugal levantar a cabeça, Guterres respondeu: «Somos um povo com mais de oito séculos e meio de história, seremos, suponho, sempre dignos de nós próprios, da nossa história».