"Com o conflito em Gaza a continuar a ter um pesado impacto - não só sobre os civis, mas também sobre os trabalhadores humanitários - o secretário-geral reitera o seu apelo urgente a um cessar-fogo humanitário imediato e à libertação de todos os reféns", pede Guterres
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O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, pediu uma investigação completa ao ataque que resultou na morte de um funcionário da ONU na manhã desta segunda-feira na região de Rafah, no sul da Faixa de Gaza.
"O secretário-geral ficou profundamente triste ao saber da morte de um funcionário do Departamento de Segurança e Proteção das Nações Unidas e do ferimento de outro funcionário do mesmo departamento quando o seu veículo da ONU foi atingido ao deslocarem-se para o Hospital Europeu em Rafah, esta manhã", disse o porta-voz adjunto de Guterres, Farhan Haq.
António Guterres condenou todos os ataques contra o pessoal da ONU e apelou a uma "investigação completa", enviando as suas condolências à família do funcionário que perdeu a vida no ataque de hoje.
"Com o conflito em Gaza a continuar a ter um pesado impacto - não só sobre os civis, mas também sobre os trabalhadores humanitários - o secretário-geral reitera o seu apelo urgente a um cessar-fogo humanitário imediato e à libertação de todos os reféns", acrescentou Haq.
As autoridades israelitas ainda não se pronunciaram sobre o incidente.
De acordo com o Governo de Gaza, controlado pelo grupo islamita Hamas, o exército israelita atacou um veículo claramente identificado com a bandeira e símbolos da ONU.
"O exército de ocupação israelita matou um trabalhador estrangeiro e feriu outro trabalhador estrangeiro na província de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, onde foram atacados enquanto se encontravam num veículo das Nações Unidas que transportava uma bandeira e emblemas da organização", indicou o gabinete de imprensa do Governo de Gaza na plataforma Telegram.
Farhan Haq confirmou que o veículo atacado estava identificado como sendo da ONU.
O porta-voz acrescentou que "cerca de 190" funcionários da ONU, a maioria membros da Agência das Nações Unidas para os Refugiados da Palestina (UNRWA), morreram nos bombardeamentos em Gaza, mas a vítima mortal do ataque de hoje é a primeira de origem estrangeira.
Haq recusou apresentar a nacionalidade e nome das vítimas, uma vez que a ONU se encontra a informar as famílias e Governos em causa, embora salientando que são "funcionários internacionais".
"No âmbito do seu trabalho diário, deslocam-se a diversos locais para verificar as condições de segurança", e, neste caso, a equipa atacada deslocava-se ao Hospital Europeu de Rafah, frisou Haq, apresentando alguns detalhes sobre o ataque.
A ONU espera uma recuperação completa do funcionário ferido no ataque.