O Alto Comissário do ACNUR afirmou que o conflito na Síria já causou a maior crise de refugiados dos últimos 20 anos. Fernando Nobre, da AMI, diz que situações não podem ser comparadas.
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No Conselho de Segurança das Nações Unidas, na terça-feira, António Guterres alertou para o facto de quase dois milhões de pessoas já terem deixado a Síria desde o início do ano, uma média de cerca de 6.000 por dia.
«Não víamos o aumento do número de refugiados a tal nível avassalador desde o genocídio no Ruanda, há quase 20 anos», disse Alto Comissário da ONU para os Refugiados (ACNUR).
Contactado esta manhã pela TSF, Fernando Nobre, da AMI, sublinhou que a crise da Síria e o genocídio no Ruanda, em 1994, não podem ser comparados. Fernando Nobre considera ainda suicidário colocar equipas médicas de assistência na Síria, por causa do atual estado do conflito.
Já Rima Ramal, a porta-voz do Crescente Vermelho, ouvida pela TSF a partir de Damasco, a capital Síria, diz que o alerta de António Guterres é bem-vindo, mas provavemente, não mudará nada.
António Guterres e a subsecretária-geral para os Assuntos Humanitários, Valerie Amos, pediram ainda ao Conselho de Segurança mais iniciativas internacionais para aliviar o sofrimento dos sírios, tanto na Síria como nos países vizinhos.
Também Ivan Simonovic, secretário-geral adjunto da ONU para os Direitos Humanos, alertou que mais de 5.000 pessoas morrem na Síria todos os meses, devido à guerra civil que se instalou no país
«A taxa extremamente elevada de mortes, atualmente aproximadamente 5.000 pessoas por mês, demonstra a drástica deterioração do conflito», afirmou Simanovic.