Diz-se que além de Regina Duarte e do seu eventual substituto, Mário Frias, não há mais atores ao lado do presidente. Injusto. O assassino de Daniella Perez foi à manifestação pró-presidente neste fim de semana.
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Nove em cada dez atores do Brasil são contra o Governo de Jair Bolsonaro.
Nada de extraordinário, é comum em todos os países que a classe artística e cultural tenda mais para partidos de esquerda e o atual presidente da República é de extrema-direita.
Mas Bolsonaro vem insistindo em ter um nome mediático na Secretaria de Estado da Cultura.
Foi assim que Regina Duarte, uma das mais famosas atrizes brasileiras, chegou a Brasília, onde durou cerca de dois meses divididos entre o silêncio total - não disse uma palavra sobre as mortes de ícones culturais - e entrevistas estridentes - como a concedida à CNN Brasil onde relativizou, aliás, exaltou a ditadura.
Demitida Regina, está na calha Mário Frias - um ator muito menos conhecido, que se notabilizou sobretudo como ator da telenovela juvenil Malhação, mas, ainda assim, um dos raros que se assume como bolsonarista.
Mas é injusto dizer-se que só Regina e Frias, de entre a classe dos atores, são fãs do presidente.
Na manifestação pró-Bolsonaro do último domingo em frente ao Planalto - tem havido uma a cada domingo com uns cerca de seis mil bolsonaristas aglomerados - apareceu outro ator devidamente vestido de verde e amarelo, as cores oficiais do regime, e completamente rendido ao governo.
Guilherme de Pádua!
Não sabe quem é? É natural. Não tem aparecido em novelas desde 1992 quando assassinou Daniella Perez, a atriz com quem contracenava em De Corpo e Alma, a golpes de tesoura.
Com Bolsonaro, o presidente que quer armar a nação, encontrou alguém com quem se identificava.