Há quem queira regressar a Portugal e quem queira ficar. Governo promete ajudar ambos
Secretário de Estado das Comunidades assegura que haverá apoios para a reconstrução de casas e uma linha de crédito para empresários portugueses.
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Um grupo de sete portugueses a viver em Moçambique - cinco homens, uma mulher e um jovem de 15 anos - pediu para ser repatriado. Vão voar para Portugal este domingo num avião fretado pelo Estado.
Maria Albertina, de 72 anos, é de Almada e vai regressar a Portugal. Não sabe se um dia voltará a Moçambique, mas o filho decidiu ficar.
"Não tenho casa não tenho nada, ficamos praticamente com as roupas do corpo, nada mais", conta à TSF, "o vento destruiu tudo".
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Já Carlos Trindade, de 65 anos, espera ainda conseguir regressar ao país onde vive há 8 anos. Sofre de diabetes e tenciona regressar a Portugal para receber cuidados de saúde.
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Quem decidiu ficar vai poder contar com a ajuda do Governo português, garante o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas.
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Também os empresários portugueses que decidam permanecer na Beira vão poder contar com uma linha de crédito.
O consulado de Portugal na Beira ficou muito danificado com a passagem do ciclone Idai e só será alvo de obras para a semana, mas já conta com eletricidade provisória e "condições de atendimento", depois das críticas da comunidade portuguesa, com queixas de falta de apoio consular depois da tragédia.
O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas vai deixar este domingo a cidade da Beira, onde se encontra desde a passada quarta-feira, dia 20 de março. Ocupa o seu lugar um outro elemento do Governo, o secretário de Estado da Proteção Civil José Artur Neves.
Mais de uma semana depois do ciclone, Pedro Matos, coordenador do programa Alimentar Mundial, conta à TSF que à medida que o tempo vai passando as equipas de socorro estão a resgatar cada vez menos pessoas.
Isto porque quando chegam ao local onde foram identificadas pessoas para resgatar elas estavam a tentar reconstruir as suas vidas e não querem abandonar as suas casas, só precisam de apoio para o fazer, explica Pedro Matos. "Passamos de salvar cerca de 200 pessoas por dia para resgatar 8."
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Os fuzileiros portugueses vão distribuir ajuda na nas zonas que não têm estado acessíveis, como ilhas pequenas e populações isoladas.
O número de vítimas mortais subiu para 446, anunciaram este domingo as autoridades moçambicanas, enquanto o número de pessoas afetadas subiu para 531 mil.